REVIEW DOCTOR WHO S09E05 - THE GIRL WHO DIED

E se você descobrisse que a morte é uma habilidade?

PODCAST #18 - POR QUE ASSISTIR DOCTOR WHO ♥

Aqui discutimos sobre o porque Doctor Who, considerada a série mais antiga viva deve ser assistida. Vamos ouvir?

CRÍTICA AO FILME: PERDIDO EM MARTE

Que tal dar uma espiada na nossa mais nova crítica?

CRITICA DO LIVRO: ATÉ O FIM DA QUEDA

Que tal parar pra ler um pouco de literatura nacional fantástica?

SEMANA DO TERROR

Gostosura ou travessura? Essa semana trazemos nada mais nada menos que calafrios de te tremer a espinha. Que tal dar uma olhada em nossas travessuras diárias? Clica vai!

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Review Fear The Walking Dead S01E05 – Cobalt


Quando você tem uma escolha e tem que escolher qual lado realmente está, qual delas irá escolher? Correr? Estar no lado errado? Ou apertar o gatilho? Nessa penúltima semana de Fear The Walking Dead vemos a preparação para chacina que vai ocorrer no próximo e último capítulo. Com o aumento da tensão, Travis conhece como as coisas realmente funcionam “no olho do furacão”.
O verdadeiro rito de passagem para o início do apocalipse acontece nos detalhes, com Nick sendo salvo pelo seu companheiro de cela. Ao que parece ser um novo personagem, este que aparenta ter nascido justamente para esse mundo; homem que entende muito bem como barganhar e mexer com o psicológico das pessoas. Ou mesmo com Alicia e Chris em um momento rebelde destroçando os objetos de uma casa rica abandonada, afim de aliviar a tensão e pela primeira vez fazerem o que realmente querem. A cena pode ser interpretada como uma crítica social superficial, diante do ato aplicado pelos jovens.
Paralelamente, Daniel Salazar inicia seus métodos pouco ortodoxos para obrigar a paquera militar de sua filha a revelar o significado da palavra “Cobalt” nas transmissões de rádio dos soldados. A resposta não é muito agradável. Novamente, Travis foi obrigado a confrontar seus dilemas pessoais se recusando a usar uma arma de fogo para atirar num zumbi. Para o professor de inglês, os mortos-vivos ainda são pessoas e ele se sente como um assassino a cada morte que acontece ao seu redor, além de sua oposição contra o uso de armas. Já não é a primeira vez que a série obriga o personagem a ficar nessa situação.
Dessa vez Madison não reage e apenas omite a tortura feita por Salazar, mas as cenas de suspense ainda ficam com ela, quando ela investiga algum barulho estranho no porão. Com a clássica cena da bateria da lanterna se apagando em meio a escuridão.
No lado show de horrores temos Liza, que já bastaria todo o sangue e a situação precária e emergencial que se encontram enfermeiros, pacientes e a Doutora ‘chefe’, mas Fear The Walking Dead sabe trabalhar bem os nossos medos e ansiedades. Aquele falatório de Griselda – que àquela altura já tinha seu pé amputado – em espanhol torna tudo ainda mais assustador. Para fechar seu ciclo com chave de ouro, uma arma pneumática surge como um final elegante ante a agonia de se tornar um morto-vivo. Ponto para a enfermeira quebra-galho Liza Ortiz. Mais uma mulher forte e decidida na série.

Se Cobalt já tinha tudo que um grande episódio precisa ter para se destacar dos demais, muita tensão, angústia, sangue, dramas familiares, verdades sendo aceitas, omissões oportunas e até mesmo um pouco de sensualidade latente, ele se encerra de maneira espetacular com o plano da Guarda Nacional começando a ser executado e Salazar descobrindo que a batida ritmada que se esconde atrás de portões que, sim, vão ceder logo, vão fazer nossos corações acelerarem a mil no episódio final que se chamará “A Good Man“.

Crítica – Akagami No Shirayuki-hime


Quando se fala em shoujos se pensa em algum drama escolar ou se tratando de príncipes e princesas é algo ainda mais a se pensar na dama em perigo. Entretanto, a menina de cabelos ruivos chamada Shirayuki veio para mudar isso.
Desde Akatsuki No Yona não se vê um shoujo em que a protagonista tome as rédeas da plot com tanto fulgor a ponto de ser tão capaz como o típico protagonista. Pode se dizer que a talentosa Akao Deco (Arakawa Under the Bridge, Etotama e Noragami) roteirista de Akagami tenha se inspirado em Yona. Deixando isso de lado o anime retrata a vida de Shirayuki, uma garota de raros cabelos ruivos, de personalidade forte, que trabalha duro para se tornar uma herborista que todos reconheçam. Um dia ela é proposta a se casar com o príncipe egoísta de seu reinado, mas ao invés disso se depara com Zen, um príncipe do reino vizinho. Desde então seus caminhos se cruzam e Shirayuki passa viver no castelo de Zen como a herborista do reinado.
Por mais que a plot tenha seus clichês de todo e qualquer shoujo, é natural que observemos cenas embaraçosas, no entanto, a força com que Shirayuki lida com os desafios por ser constantemente perseguida (por mais que não pareça) por seus raros cabelos ruivos é de impressionar logo nos primeiros capítulos. A trama tem seus momentos lentos de um Slice of Life , mas a direção de Masahiro Andou (CANAAN, Zetsuen no Tempest) não deixou a desejar, mesmo sendo essa sua primeira experiência com shoujos ele soube conduzir as cenas, de modo suave e mostrando um pouco de ação quando necessário. Sinceramente falando, Masahiro até foi além nas cenas de ação, pois demorava a mostrar, mas quando o fazia chegou a se utilizar até de sangue. Algo que não se vê em shoujos, por essa razão os pontos pela direção devem ser elevados.
O famoso estúdio BONES ficou responsável pela produção, graças a isso o anime possui cenários belíssimos e animação de primeira. O estúdio que é conhecido por sucessos como No.6, Fullmetal Alchemist: Brotherhood,Darker Than Black, Kekkai Sensen, dentre outros. A dublagem de Shirayuki ficou por conta Saori Hayami, que ficou conhecida depois de dublar Miyuki Shiba de Mahouka Koukou No Rettousei. E a voz de Zen fica a disposição de Osaka Ryouta, mais conhecido por Staz, protagonista de Blood Lad.
Não menos importante o charater design de Kumiko Takahashi (Sakura Cardcaptor) é sempre bem-vindo a novas produções. Ela trabalha o traço de seus personagens de maneira suave e ao mesmo tempo detalhista. A trilha sonora é outro ponto importante, com destaque para ambas abertura e encerramento. Por mais que a abertura seja cantada pela cantora e dubladora Saori Hayami o encerramento pela banda Eyelis é ainda mais marcante, trazendo uma sonorização leve, porém com um tom romântico enfatizando bem o casal do anime.


Portanto, Akagami Shirayuki-hime pode parecer um perfeito conto da Disney sobre uma adaptação do que seria a branca de neve pelo título do anime em inglês Snow White with the Red Hair. Mas, acontece que o anime vai além da adaptação, sendo fiel ao mangá levando a obra a novos horizontes para uma segunda temporada. No fim das contas, o anime trabalhou bem o tempo dos personagens secundários em tela, e ainda avança sutilmente na história sem exageros e sem ousadia.


Nota: 9.5

Crítica - Ore Monogatari!!


O que é um protagonista ideal no gênero shoujo? Se direcionarmos essa pergunta pedindo uma descrição dele, a resposta mais comum pode ser “Um garoto lindo! / O príncipe da escola! / Com uma franja e o cabelo meio bagunçado! / Um cara que passe segurança e delicadeza! ”. E quantas vezes ‘shoujistas’ já não se apaixonaram por garotos assim? Mas vendo o pôster de ‘Ore Monogatari!!’, antes mesmo de começar a temporada de primavera, eu me fiz a pergunta: “Mas quem se apaixonaria pelo Takeo? ”.
‘Ore Monogatari!!’ conta a história de um estudante do ensino médio chamado Gouda Takeo, este tem uma aparência um tanto peculiar, algo que se assemelha a um ogro (como é descrito no próprio mangá/anime). Takeo é um cara super gente boa, muito preocupado com os colegas e sempre atento a ajudar qualquer pessoa. Apesar de sua personalidade e bom caráter, Takeo acabava nunca conseguindo se aproximar das garotas pela sua aparência; as meninas por quem ele se interessava sempre acabavam se apaixonando pelo seu melhor amigo desde a infância, o Sunakawa Makoto (ou só Suna mesmo). As coisas começam a mudar para Takeo quando, ainda no primeiro episódio, ele ajuda uma garota no metrô a se livrar de um tarado. Ele se encanta imediatamente pela garota e vice-versa, ela se chama Yamato Rinko e começa a se aproximar de Takeo e Suna. Depois de alguma confusão (e uma grande ajuda do Suna) Takeo e Yamato começam a namorar e várias coisas acontecem.
O anime se origina do mangá de mesmo nome, escrito por Kawahara Kazune e desenhado por Aruko, tendo como responsável pela adaptação de roteiro e composição de série a Takahashi Natsuko (Baby Steps, Bleach, Ao no Exorcist, Fullmetal Alchemist e outros). Até onde li do mangá, até o capítulo 16 no caso, ela buscou ser fiel ao roteiro original. Isso foi excelente para o anime, aliás acho que se a forma como as coisas foram acontecendo no mangá fosse muito alterada, a história e as personagens não teriam a mesma essência. Uma coisa que foi muito bem trabalhada nele foi nos mostrar os acontecimentos pela perspectiva do Takeo, episódios com um ritmo moderado e humor destacado pelo lado mais “bronco” do protagonista. ‘Ore Monogatari!!’ tem momentos tanto hilários (daqueles que deixam a barriga doendo) quanto emocionantes, e sempre nos dando alguma lição de vida a partir de pequenas coisas. A mesclagem entre o roteiro da Takahashi-san e a direção do Asaka Morio (Aoi Bunkagaku Series, Sakura Card Captors, Chobits, Kobato, NANA e outros) foi simplesmente fenomenal.
Mesmo com tudo citado acima, eu ainda pude ler algumas críticas em que as pessoas disseram não gostar muito do design do Takeo. Até comentei em podcasts sobre pessoas que simplesmente não tiveram a mínima vontade de assisti-lo pelo protagonista “ser feio”. Nisso, voltamos para a minha primeira indagação com o anime, “Mas quem se apaixonaria pelo Takeo? ”. Nesta parte, em específico, devo dizer que toda a equipe de animação MADHOUSE - que tem excelentes trabalhos com toda a franquia Diamond no Ace, Aoi Bungaku Series, BECK: Mongolian Chop Squad, Black Lagoon, Blade, Btooom!, toda a franquia de Sakura Card Captors, Chobits, Death Note, Death Parade, Hajime no Ippo, High School of the Dead, Hunter × Hunter, Ichigo 100%, Kobato, Monster, Ore Monogatari!!, NANA, No Game No Life, Overlord, Paradise Kiss, Kiseijuu/ Parasyte, Rainbow, Trigun – está de parabéns. A direção de arte está de parabéns não por ter feito um trabalho extremamente elaborado e difícil, o que realmente não é o caso de ‘Ore Monogatari!!’ ele é bem simples, mas sim por ter conseguido trazer pro anime a mesma intenção de seus criadores originais; o incomodo inicial da figura protagonista que não precisou de um exterior belo para ser carismático e nos fazer torcer por ele ou tê-lo como amigo. Então, respondendo a minha própria pergunta, quem assiste este anime de mente e coração aberto se apaixona pelo Takeo. A visão que temos sobre ele e sobre a própria Yamato que a princípio seria “uma louca, como assim ela gosta dele?” se transforma em admiração. Esse é o grande trunfo da arte deste anime.

A produção sonora e musical também foi fundamental para o sucesso da produção. O dublador do Takeo, Takuya Eguchi (Banri Watanuki – Inu x Boku SS, Asemu Asano - Kidou Senshi Gundam AGE: Memory of Eden, Hachiman Hikigaya – Oregairu e outros) mostrou um ótimo trabalho, a voz forte em todas as vezes que ele falava “SUKI DA!” foi uma elemento marcante nos momentos de interação do Takeo com a Yamato. Os atores que interpretaram o Suna, Nobunaga Shimazaki (Shidou Itsuka – Date A Live, Haruka Nanase – Free!, Tatsumi – Orenchi no Furo Jijou e outros), e a Yamato, Megumi Han (Gon Freecss – Hunter x Hunter, Five – Zankyou no Terror, Jeanne d’Arc - Shingeki no Bahamut: Genesis e outros), também realizaram um excelente trabalho fazendo jus ao seus currículos. As músicas de abertura e encerramento, Marakei Answer – Trustrick e Shiwase no Arika – Local Connect, tinha a cara do anime. O primeiro é uma melodia divertida e empolgante, as cenas intercaladas com doces e alguns cenários engraçados do Takeo fazendo caras e bocas, fazendo bastante referência a comédia do anime. A segunda tem um ritmo mais calmo e uma melodia intensa, depois de ver um episódio a sensação ouvindo o encerramento é calorosa, referenciando bastante o romance da história.

De tudo o que ‘Ore Monogatari!!’ mostra, acredito a maior lição seja “A beleza atrai os olhos, mas a personalidade cativa o coração”. É um anime divertido, cativante e empolgante; definitivamente um dos meus favoritos neste ano. O anime acabou, mas, como o mangá ainda está sendo lançado, as expectativas para uma segunda temporada não são nulas. E se houver mesmo uma continuação, assistirei com grande felicidade.

Nota: 10

Review Doctor Who S09X02 – The Witch’s Familiar


OBS: Se você não acompanha Doctor Who não leia, pois conterá SPOILERS


Quão devastador pode ser aquilo que é antigo, quanto mais antigo mais perigoso certo? Inicio a review dessa semana com meu lema para esse arco, na qual traz o desfecho da estadia em Skaro, mas como todo começo de temporada algo não resolvido ainda será explicado. Me refiro ao testamento do próprio Doctor, que mais uma vez é citado e aparece em cena.
The Witch’s Familiar possui um ar nostálgico no seu interior, e uma direção ágil, a satisfação de diálogos ainda mais sensíveis do que o normal. Com referências aos Doctors anteriores, mais respectivamente ao quarto e primeiro. O segundo capítulo tem início com Missy dando uma pequena aula sobre o passado do Doctor. Aqui vemos como Steven Moffat não precisou desenhar para explicar a origem da palavra “EXTERMINATE” e porque os Daleks possuem compaixão.
Um dos maiores triunfos do episódio está no uso do tempo em cena dos personagens e as saídas encontradas para solucionar o caso. O uso dos restos mortais dos Daleks foi um dos pontos interessantes, demonstrando mais agilidade na direção de Hettie Macdonald. A peculiaridade em sua condução passa a sensação de que estamos assistindo uma conversa longa sendo cortada aos poucos para ser reproduzida do ponto de vista de todos os interlocutores. Dessa forma, o roteiro satisfaz a julgar pela forma orgânica ao trabalhar com simplicidade e complexidades estéticas, de modo a nunca deixar o espectador exausto.
A sensível cena entre Davros e Doctor chega a ser fraternal, pois emociona e compadece o coração. O que ficou claro é a tal “falha de caráter dos Daleks” que Davros não conseguiu tirar, agora tem uma origem, e essa se chama 12º Doctor. Algo previsível se prestarmos atenção na seguinte frase: “Davros made the Daleks, but who made Davros?”. Pode-se concluir que a nona temporada veio para trazer um novo status ao elenco, com atuações memoráveis logo nesse começo. Principalmente Missy, que se mostra ainda mais cruel e intrusiva do que nunca. Em uma cena que ela convence Clara a entrar dentro de um Dalek, que lembra bastante o primeiro encontro do Doctor com os Dalkes na série clássica pelo 1º Doutor, quando ocorre algo semelhante.
Sobre a sonic screwdriver, e a “tecnologia vestível” em forma de óculos escuros, devemos ter um hiatus da chave sônica de fato, mas de certo, que a arma mais carismática do viajante do tempo irá retornar.

No mais a precisão exterminadora no roteiro de Moffat nesse primeiro arco marca uma nova fase aos maiores vilões do seriado, além de uma nova gênese. Tratando com respeito e fazendo jus ao caminho que o Doctor tem percorrido desde The Day of the Doctor, e principalmente após os 900 anos que ele passou protegendo Trenzalore. Sem mencionar, as milhares de lembranças de Gallifrey e o questionamento vindo de Davros sobre o motivo pela qual o Doutor deixou seu planeta natal; tornam mais evidentes as possibilidades para o futuro, o que pode vir a adição de Gallifrey novamente a série, ou das coisas relacionadas ao planeta.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Crítica do livro "Até o Fim da Queda"

A literatura fantástica nacional tem entrado numa grande ascensão nos últimos anos. Nomes como Raphael Draccon, Eduardo Spohr, André Vianco, Carolina Munhóz e etc. entraram na boca dos fãs de ficções fantásticas, mas é sempre importante olhar para os nomes que, mesmo não tão em voga, tem feito um trabalho de grande qualidade, como é o caso de Ivan Mizanzuk em “Até o fim da queda”.
O livro conta a estória de Daniel Farias, um famoso escritor de livros de terror/suspense. Logo após escrever seu novo livro, que se baseia num real ritual ocorrido na sua cidade natal no ano de 1993, o caso volta à tona, com grandes revelações e um número gigantesco de leitores que se suicidaram. Qual a mística por trás disso tudo? O que é a organização secreta que realizou o ritual? Essas são algumas das perguntas que Farias responde em seu livro, mas acaba adentrando num mundo, que pode nunca mais sair.
 O escritor Ivan Mizanzuk, mesmo sendo seu primeiro livro, não é para poucos, nem para iniciantes no mundo da leitura. Ele cria algo totalmente novo e terrivelmente assustador e viciante. E o mais legal disso tudo é que tratamos de um escritor brasileiro aqui, tentando criar tudo diferente que você já possa ter lido. Se pode começar dizendo sobre a forma de contar a linha narrativa. Mizanzuk não utiliza nenhum narrador, nem possui uma linearidade na sua estória. Essa é contada, na sua maioria, pela entrevista que Daniel Farias realiza para uma repórter de um grande canal de comunicação, mas se intercala com a entrevista que esse mesmo Daniel realiza com um dos integrantes do Dragão Vermelho, a organização secreta que viria desde o século XVI na Espanha e estaria responsável pelo ritual e suicídio dos sete jovens. Além disso, partes de fragmentos de livros, relatos, pergaminhos, passagens de textos, notícias de jornais antigas e recentes e outros contatos se intercalam para a continuidade da narrativa. Só por isso já era possível ver o quanto o escritor conseguiu realizar algo que fugisse do padrão, mas ele ainda consegue chegar a algo maior. O livro consegue criar uma mitologia própria e um terror psicológico alucinante, que faz com que o leitor não consiga parar de ler. É devidamente impressionante. O lado negativo desse vício é que acaba bem rápido. O livro, mesmo tendo suas 243 páginas, possui uma diagramação bem rápida de ser lida, algo que gera um gosto de “quero mais”.
O escritor Ivan Mizanzuk
 O final da obra é uma das grandes explosões de cabeças que se é possível passar na literatura mundial atual. Demora um certo tempo até acreditar naquilo tudo e, assim, a experiência que o leitor passou na leitura só se faz valer ainda mais a pena. A estória leva o leitor em muitos caminhos distintos, mas nunca realmente chegando próximo do que a revelação final trás.
 O exemplar foi feito pela Editora Draco, uma editora brasileira que publica autores de ficção-científica/fantástica. A edição é muito bem-feita e diagramada também. As ilustrações internas dão um ar ainda melhor para o mundo que o livro consegue criar em que o lê. A capa talvez deixe um pouco a desejar, pois pouco chama atenção. Para um fã de literatura despercebido, não pode gerar uma certa vontade da compra, mas, ainda assim, não é ruim. O preço de capa dele é 44,90. Um pouco salgado, mas vale muito por toda a experiência da obra.
 “Até o fim da queda” é um dos melhores livros, não só nacionais, que todos poderão ler nos últimos tempos. Pode entrar tranquilamente na lista de favoritos da vida de qualquer um. Tudo o que o livro consegue fazer o leitor passar é digno de aplausos e a expectativa só aumenta para um novo exemplar de Ivan. Leiam e se deliciem por quão boa a nossa literatura fantástica brasileira pode ser.

Nota: 9,7/10

Podcast #16 TV VS Streaming



Essa semana debatemos sobre o grande dilema que cerca o avanço da humanidade. A TV vai acabar? Ou só vai se adaptar? Streaming como Netflix e outros irão de fato tomar conta do mercado de entretenimento dos meus de comunicação?

Essa e outras questões nós procuramos não responder, mas dialogar e problematizar em cima delas. E para falar sobre isso trouxemos o convidado Bruno Costa do Canal 42.

Link para acessar aos podcasts do Canal 42: http://canal42.tv/

Link de download: https://mega.nz/#!EBomhQDA!ZiEnQiGx2Ng78VJj2HMPYrQDq-twA4JNZjUjmskRxWk

Contato:
Email: sentalaquejavemhistoria@gmail.com
Twitter: @Senta_aicast
Facebook: Senta aí que já vem História



sábado, 26 de setembro de 2015

Crítica Que horas ela volta?

Existe uma mística dos brasileiros para criticar de formas absurdas os filmes nacionais e isso mesmo sem nem assistirem a maioria que sai, saindo dos longas de grande público, que geralmente são comédias. Assim, quando aparece um filme aclamado primeiro no exterior, os brasileiros começam a ir no cinema em peso assistir, algo extremamente negativo. Esse é o caso de “Que horas ela volta? ”.
O longa conta a estória sobre a empregada doméstica Val (Regina Casé) que trabalha a treze anos para uma família de classe média alta no estado de São Paulo, saindo de Pernambuco para dar uma vida melhor para Jéssica (Camila Márdila), sua filha. Certo dia, sua filha dá a notícia de que está indo para SP em busca de estudar e prestar o vestibular, algo que gera todos os conflitos e toda a realidade de classe e de preconceito do Brasil.
 O filme mais falado nas últimas semanas tem uma razão de estar sendo tão debatido. A começar pelas atuações maravilhosas de Regina Casé e Camila Márdila. Se a primeira não for indicada a melhor atriz no Oscar do próximo ano, pode adentrar no caderninho de injustiças da terra em premiações. Aliás, se o longa não for indicado ao de, ao menos, filme estrangeiro, outra grande injustiça estará sendo cometida. Os outros atores não têm um grande destaque, são todos bem característicos. Todos estão bem e não atrapalham no andamento da narrativa. Seguindo, pela grande direção de Anna Muylaert. Ela dá o tom perfeito que a trama precisava, com uma câmera sempre parada, mas quando Jéssica chega, essa começa a se mexer mais, dando a sensação do abalo naquele lugar. A grande quantidade de tomadas próximas da porta da cozinha e do quarto da protagonista também são extremamente importantes para darem todo o ponto de vista que é visto no filme é por Val. O roteiro, também de Anna, é uma grande aula de roteirização. Diálogos maravilhosos, um ótimo desenvolvimento de personalidades, uma trama de fisga o telespectador (mesmo sendo bem lenta e precisando ser). Pura perfeição. Por último, a fotografia é belíssima. Muitos usos de contraste de luz e muitos belos planos dentro da casa e de objetos, algo que tem um recurso narrativo imenso para essa estória.
Existem cenas de determinadas películas assistidas durante a vida que não sairão das cabeças dos cinéfilos. E nessa temos duas (sim, isso mesmo). A primeira está relacionada com o vestibular na qual a filha da protagonista foi prestar na cidade de SP e a segunda vem logo numa sequência e envolve a piscina da casa da família. Esta é uma das cenas mais belas, sensíveis, sinceras e geniais que já pude assistir na vida. Qualquer fã de cinema irá ficar extremamente emocionado, tocado e movido pela beleza dela. Sobre a trilha sonora, ela é muito pouco presente, mas quando essa segunda sequência ocorre, se mostra totalmente clara e pura.
 A discussão sobre a realidade social é o tema base de toda a estória. Alguns, que olhem para algo bem básico que o longa quer passar, podem dizer que se trata de uma grande propaganda para o governo, algo que é muito simples de discordar, pois em nenhum momento é possível ver destaque na política. Apenas, sobre pessoas e realidades existentes, o que torna algo ainda mais belo.
“Que horas ela volta? ” é, sem sombra de dúvida, o melhor filme brasileiro dos últimos anos. Além disso, entrou no seleto grupo de grandes obras do cinema nacional. Possui uma perfeição tão bela, profunda e deliciosa de se assistir, que faz o amor de qualquer um pelo cinema aumentar cada vez mais. É muito bom perceber quando se assiste um filme que se tem a noção de certeza da transformação dele em um clássico e nesse, a sensação entra profundamente ao final dos 111 minutos. É o cinema na sua essência mais perfeita.


Nota: 10/10

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Crítica – Ranpo Kitan



Mistérios sempre foram muito bem aceitos, independente da sua forma de veiculação. Os livros de Arthur Conan Doyle, os filmes de Hitchcock e Ridley Scott, as peças de Jean Genet e muitos autores que fazem e fizeram sucesso no meio do suspense e do mistério.
Um desses autores é Edogawa Rampo (japonês, já falecido) que inspirou diversas pessoas com suas histórias a ponto de não ser incomum surgirem animações em sua homenagem; como por exemplo Genji Monogatari Sennenki e Un-Go, adaptações de suas obras literárias mais consagradas. Inclusive a CLAMP, em seu mangá xXxHolic, cita o autor no momento em que a personagem Yuuko traz a borboleta como seu símbolo e a frase "O mundo dos vivos é um sonho. O sonho noturno é a realidade" do livro Os sonhos da borboleta.
O anime Ranpo Kintan é uma homenagem aos 50 anos de falecimento do Edogawa; é também uma união da vida de Edogawa e de suas histórias, nas quais alguns dos casos tem relação com a ilha Mie (local de nascimento do autor), seu amor pelas borboletas e seu fetiche pelo ero-grotesco. Todos esses detalhes são evidenciados em personagens minuciosamente caracterizados e criados com base no estudo de suas obras. Ranpo Kintan traz, de certa forma, uma história inédita sobre o mundo do autor, no qual o mundo acinzentado de Kobayashi começa a se tornar mais vivo quando um grande incidente o envolve logo no primeiro episódio.
Qualquer sinopse seria um grande spoiler sobre a real profundidade desse anime, mas o desenrolar da história não tem de fato a intenção de fazer sentindo ou parecer bonito. Edogawa era um amante do grotesco e do erótico e seu amor foi passado perfeitamente nessa animação, não era incomum a presença de um menino, Kobayashi, que utilizava a sua aparência afeminada para passar despercebido ou para seduzir pessoas próximas em seus livros; assim como a clara referência ao seu livro The Human Chair, logo no primeiro episódio do anime.
Ao mostrar que todo monstro é humano, Ranpo Kintan desconecta a ideia de que existem pessoas boas e ruins nesse mundo. Com uma forma diferente de ver o mundo, Kobayashi deverá mostrar que a vida é muito mais do que nascer, crescer e morrer.
O trabalho de Hikaru Sakurai e Makoto Ueza foi exepcional, pois a adaptação dos principais contos do Edogawa Rampo foi praticamente perfeita, apesar de umas pequenas distorções em algumas características físicas e na idade de alguns personagens, a premissa e a essência de cada um foi mantida. Esses dois escritores fizeram, provavelmente, um estudo bastante minucioso da bizarrice maravilhosa que é Edogawa.
Assim como o Satoki Lida, diretor de som, ao escolher a trilha sonora mais gostosa de se ouvir. Especialmente pela abertura Speed to Masatsu e o encerramento Mikazuki que são de arrepiar até o último fio de cabelo. Seiji Kishi, diretor geral, também teve uma grande representatividade nessa produção, afinal, sem ele, a união de cada detalhe não seria possível.

Infelizmente não é possível se compreender a história a fundo sem conhecer o autor a fundo, muitos telespectadores vão se sentir confusos e achar a história incompleta ou sem sentindo. Talvez esse seja um bom motivo para não se ver bons comentários sobre o anime. Vê-lo como apenas uma produção voltada para o entretenimento é uma visão errônea, esta é uma homenagem que pretende apresentar a cultura que o autor trouxe ao Japão Pós Segunda Guerra Mundial e este é o motivo pelo qual Ranpo Kintan é um anime que sempre estará no top de qualquer lista de indicação de animes sobre mistério.

Nota 9.1

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Crítica – Kyoukai No Rinne (Anime)


Por Yuuko

Shinigamis sempre foram motivo de diversão em diversos animes, desde Bleach até Death Note. Mas não é sempre que se pode acertar; Kyoukai no Rinne tem uma premissa interessante, mas seu desenvolvimento é lento e simplório. A animação conta a história de Mamiya Sakura, uma garota capaz de ver espíritos desde um incidente quando criança, e de seu colega de sala, um menino meio humano e meio shinigami, Rokudo Rinne.
A Arte e Animação foram bem feitas, apesar de seguir o estilo de anime do fim dos anos 90, nos quais as expressões e lutas são mais simplórias e o desenvolvimento das personagens lento. Não quer dizer que todo anime dos anos 90 sejam ruins, errado, a maior parte é sim muito bom, porém alguns autores, quando se mantêm presos em um estilo acabam não evoluindo sua arte ou as suas histórias.
Este é o caso de Kyoukai no Rinne, a autora na verdade involuiu na sua forma de contar história, apesar de sua credibilidade como autora de Inuyasha e outros sucessos, Kyoukai no Rinne foi seu maior fracasso. Sendo salvo por uma boa equipe de animação e uma trilha sonora divertida (especialmente a segunda abertura da série, Ura no Ura (裏の裏) da Banda Passepied).
Talvez esta não seja a crítica mais completa, mas o asco que esta animação causou não pode ser descrito tão facilmente. A comparação com os trabalhos anteriores talvez faça este anime ser pior do que realmente é, porém é inegável a sua má qualidade.
Apesar de ter tido uma possível segunda temporada anunciada, não consigo crer que este anime possa vir ter a popularidade que outros da temporada estão tendo. Acredito que seu sucesso mínimo devesse a Inuyasha.
Kyoukai possui uma justificativa muito branda. Se você acompanhou qualquer um dos trabalhos de Takahashi Rumiko (Ex.: Inuyasha, Ranma 1/2) você pode ver que este trabalho é sem imaginação e sem graça. As piadas não são engraçadas, os personagens não são convincentes além de que tudo nessa trama clichê é acentuada pela permanência do estilo antigo de se fazer mangá.
Mamiya Sakura é a personagem principal mais sem sal, sem graça e sem carisma que a já foi produzido. Ela é praticamente inativa na trama e muito distante do público. Até mesmo o jeito com que ela está relacionada a trama principal torna tudo mais tediante. As coisas acontecem ao seu redor, mas ela não tem uma única pista, mesmo todo o problema sendo óbvio e simples. Ela sempre lida com o mundo ao redor dela com um: "Oh, isso é mesmo estranho", mas não faz nada para entender a situação. Só nos últimos episódios que ela passa a fazer alguma coisa, mas assemelha-se a forçar um fim. Todos os outros personagens são da mesma maneira, incluindo o Rokudou Rinne. Todos têm um potencial de serem grandes personagens, mas nenhum foi realmente bem aproveitado, por isso eu considero este anime muito decepcionante, e eu não poderia recomendar este a ninguém.


Acredito que a nota que este anime vai receber será maior do que ele merece devido a Hitomi Nabatame (Dubladora do Rokumon) e o Takeshi Takadera (Diretor de Som) por transformarem essa animação em algo um pouco menos tedioso.


Nota: 5.3

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Review Fear The Walking Dead S01E04 – Not Fade Away



Medo uma sensação que nos faz fazer coisas por instinto, ou até mesmo demonstrar um lado que as pessoas não conheçam. Mas e quando esse medo é utilizado como desculpa para fazer o mal? Sob esse conceito que paira Not Fade Away ao criar uma atmosfera até agora desconhecida. A de desconforto, pois quando os zumbis tornam-se de fato um segundo plano e dá lugar ao conflito direto das relações humanas.
A partir desse ponto podemos dizer que os produtores não estavam dispostos a nos fazer acompanhar um diário dia após dia do pré apocalipse zumbi. 9 dias se passaram desde os acontecimentos do último episódio. Onde nos deparamos com a primeira sensação de desconforto, a cerca montada pelo exército, considerada a ‘área segura’. As personalidades entre os membros da família começam a ficar mais evidentes nesse início de conflito sobre acreditar ou não nos ‘homens verdes’. Nesta ficam Nick e Travis como os aparentes satisfeitos com a situação. E coloca Madison e Chris os incomodados.
A perspectiva de como o episódio vai se resolver podemos concluir antes mesmo do capítulo avançar. Mas apesar disso, as sequências impressionam sendo este um dos pontos mais positivos do roteiro. O desenrolar de algo que se assemelha a um jogo de xadrez começa a tomar forma, pondo cada personagem na linha do perigo a sua maneira, e infiltrando alguns deles em determinados núcleos.
O exército aparece como uma opção truculenta, o que mostra bem o posicionamento dos criadores da série em relação ao que acontece na vida real. Se já tivemos uma manifestação que se tornou um imenso conflito nos primeiros episódios, agora temos claramente a personificação do “mal” nos mocinhos. Eles não estão lá para ajudar de fato. Estão lá apenas para cumprir ordens e garantir que ninguém faça nada que não “deva”. O rígido toque de recolher, a demora para restabelecer os telefones, além de toda eletricidade, e ainda a ausência de respostas são apenas elementos regrados do desconforto exercido como fator de base.
Chris percebe que existem sobreviventes do lado de fora das cercas criadas pelo exército e conta para seu pai, que o ignora. Madison decide olhar o que está do lado de fora e descobre que o exército matou um homem que não estava transformado. Isso confirma suas suspeitas sobre as verdadeiras intenções dos ‘homens verdes’. É aqui que Liza toma o lado aparentemente mais forte, pois acredita que suas habilidades são necessárias e que está fazendo o certo. Está?
A situação chega a seu clímax depois que os oficiais levam Nick para receber tratamento em outro local. Os militares agiram com a tradicional truculência e apontaram armas para toda a família durante uma ação noturna para não chamar muita atenção. Desiludida Madison sabia que algo iria acontecer e se vê impotente diante da situação. Assim como Chris, que também suspeitava, como mencionei os dois estão na área dos insatisfeitos, portanto, a tendência é se aproximarem mais um do outro a medida que a história avança.
Ofelia que inicia um relacionamento com um dos soldados, é outra que no próximo episódio entrará para o lado dos insatisfeitos, pois quando ela descobre que há sim um estoque de remédios, mas que está sendo mantido em resguardo pelo governo. Ela começa a duvidar que a ajuda de fato venha.
A grande pergunta é: será que os militares levaram Nick e outros embora porque já perceberam que qualquer um que morrer se torna zumbi ou porque realmente possuem uma zona de quarentena para cuidar de pessoas? E ainda: será que os militares possuem ordens de matar qualquer pessoa que esteja fora da área de proteção? Pois a pessoa que tentou se comunicar com Chris e Madison foi claramente fuzilada no final do episódio. Travis viu a luz que seu filho havia falado, mas desta vez ouviu também os disparos das armas.
Not Fade Away é de longe o episódio mais lento até agora, entretanto, rende o efeito de encaixe de cada um no seu lugar. De certo um capítulo importante para a construção dos personagens. Com o diálogo entre Daniel Salazar e Madison como um dos pontos mais verdadeiros do capítulo. Até mesmo a cena inicial, uma sequência linda de se ver. Com “Perfect Day”, de Lou Reed, observamos Travis num jogging pelas ruas, Nick curtindo a vida de patrão de boa na piscina e tudo acontecendo como se fossem tempos normais. Existe uma curiosa tentativa de Travis em ignorar que o mundo deixou de ser como era antigamente e ele insiste em tentar agir como se estivesse tudo bem e que o exército está lá apenas para ajudar.

Para os telespectadores ficou uma surpresa ao ser revelado sutilmente que a vizinha de Madison cometeu suicídio. A carta dela para o marido no final do episódio vista por Alicia é emocionante e nos prepara para o clima quebradeira que seguirá nos próximos dois (e últimos) capítulos dessa primeira temporada de Fear the Walking Dead.

Review – Ultraman Vol 1 (Mangá)


Quem já não ouviu falar de Ultraman? Seja por que faz parte da memória de pais e filhos brasileiros ou mesmo porque seu nome seja algo que é passado de geração em geração. A luz do herói prateado finalmente voltou a brilhar por aqui, graças a JBC. Que esse ano tem contemplado muitos títulos interessantes e conseguido agradar a “gregos e troianos”.
Bem Ultraman é um dos maiores símbolos da figura do herói no Japão, principalmente por firmar o conceito conhecido como Tokusatsu no mundo, também abriu portas para demais franquias. Tornando ele mesmo parte desta, constituindo uma família de guerreiros Ultra.
Roteirizado e desenhado pela dupla Eiichu Shimizu e Tomohiro Shimoguchi a nova saga do advindo da Nebulosa M78 conta com originalidade os efeitos deixados por Ultraman em Shin Hayata, o homem que serviu de hospedeiro para que o gigante pudesse combater os ferozes kaijus e invasores alienígenas. A grande saída que os autores encontraram foi tornar o símbolo do herói algo insubstituível ao ponto de criar conflitos familiares ao mesmo tempo que nos vemos diante da volta dos alienígenas a Terra atrás do que restou de Ultraman por aqui, incorporado nas células do filho de Hayata. O jovem Shinjiro.
A capa da edição carrega todo um charme e beleza do formato do herói por meio do fundo avermelhado, que sempre foi destaque em seu corpo. A edição em tamanho pocket (12x18cm) foi uma opção interessante sem exageros e extravagâncias, um modelo que se encaixa ao que a obra propõe. A edição vem em papel offset com 16 páginas coloridas no início da edição. O único ponto negativo foi a Transparência na Folha que chega a incomodar durante a leitura, algo deve ser revisto pela JBC, afim de melhorar o rendimento do trabalho visual.
Um dos pontos mais altos desse mangá é definitivamente seu traço, quem esperava encontrar uma arte datada e simplória pode esquecer, pois veremos algo extremamente detalhado e rico. Sejam nas batalhas e destruições ou nas expressões dos personagens. O roteiro é outro destaque, pois nas primeiras folheadas já se pode encontrar o drama se esgueirando pelas beiradas, afim de provocar tensão a demonstrar que algo está vindo. A maneira que os autores encontraram para trazer a Patrulha Científica de volta foi esplendoroso, homenageando os atores e o nome do primeiro Esquadrão de Defesa da Terra. A atmosfera saudosista e nostálgica deste “Novo Clássico” é certamente de muito agrado aos fãs do herói. Tanto para os novos fãs, quanto para os antigos, a história terá presenças já conhecidas do universo do gigante prateado como: Red King, Bemular, Zetton, além de outros guerreiros Ultra como Ultraseven e Ultraman Jack.
A releitura de Ultraman me interessou, apesar do papel Offset ter sido uma questão a se considerar negativa. As páginas coloridas ficaram bem acabadas, o volume 1 conta com 240 páginas, 16 delas coloridas; o preço de 14,90 sai em conta pelo tamanho do mangá e qualidade. O fato de ser bimestral colabora para uma regularidade trabalhando em cima do que a os fãs esperam de algo nostálgico. E no mais a leitura é recomendada para fãs do herói e aqueles que ainda não conhecem podem se surpreender. Nos vemos no volume 2!


Nota: 9.0

domingo, 20 de setembro de 2015

Review Doctor Who S09X01 – The Magician’s Apprentice


OBS: Se você não acompanha Doctor Who não leia, pois conterá SPOILERS

Todos se não conhecem já ouviram falar em Doctor Who, senão por amigos que curtem a série ou por ela estar disponível no Netflix agora, como meio fácil de encontrá-la. Bem, estarei analisando semanalmente os episódios da nona temporada do seriado que teve início esse fim de semana.
Desde que Peter Capaldi assumiu o manto do personagem temos acompanhado um Doctor mais atormentado e um pouco amargo com tudo e todos. Mas que ao longo da oitava temporada ao lado de sua companion Clara (Jenna Coleman) foi capaz de se sentir mais vivo do que nunca e deixar um pouco dessa amargura de lado, afim de se aventurar pelo universo. Dito isso, a nona temporada adentra em uma fase complexa da vida do viajante mais antigo do universo. Steven Moffat (diretor e roteirista) começou a jogar um jogo perigoso nesse início, que vai além das referências usuais a personagens anteriores.
O capítulo tem origem em uma guerra, mas não em qualquer guerra, mas uma muita antiga. Essa na qual ocorreu ao Doctor ter de tomar uma decisão que mudaria o curso do universo. Salvar ou não a vida de um garoto. Aqui vemos algo comum na série, que implica no conceito da simplicidade das situações em que o protagonista é posto, mas a magia do roteiro em esconder as coisas mais grandiosas em pequenos detalhes do tempo.
Quando aviões em todo mundo congelam sem razão nenhuma, Clara se mostra mais ativa a ação do que nunca e se junta a UNIT para ver se estamos diante de mais uma invasão alienígena. A dinâmica entre a companion e as agentes da UNIT estão ainda mais estabelecidas, isso fica nítido pelos diálogos. Seja pelo professor que afirma que Clara está sendo chamada e não a guarda nacional. Ou mesmo quando uma das agentes faz uma piada sobre séries do gênero Sici-Fi, algo que certamente ficou bem colocado.
Acredito que os fãs whovians esperavam pelo retorno de Michelle Gomez como Missy The Master nessa temporada, mas não esperavam ser tão rápido. Se tem algo que a personagem tem incomum com Doctor é que ambos amam fazer uma entrada magnífica, são Timelords afinal de contas. Missy está de volta e com um testemunho do Doctor que abrirá apenas quando ele estiver morto. A sensação de arco de final de temporada logo nesse primeiro momento foi importante para estabelecer o perigo eminente.
A extravagância do doutor provou-se bem sólida, munido de óculos escuros e uma guitarra ele festejava sua liberdade e perdia a noção do tempo desaparecendo cada vez mais da realidade. Clara quase não o reconhece quando o encontra. Até que somos formalmente introduzidos ao novo personagem, Snarff uma criatura comprimida em cobras. Dois pontos importantes sobre esse personagem. 1 – Seu formato real em uma cobra foi uma surpresa. 2 – Um vilão democrático, como ele mesmo afirma ao exercer os direitos iguais a todos a quem faz o mal. (Algo me diz que ele será reaproveitado muito bem no futuro da série)
Sobre os cenários, vimos diversos planetas nesse início de temporada, mas para os fãs sabe-se que todos são lugares que o Doctor já esteve antes, seja na série atual ou na clássica. Como Maldovarium e Proclamação das sombras. Falando em clássico o episódio proporcionou um excelente diálogo entre Doctor e Davros. Além de implantar pequenos cortes dos Doctors anteriores que podiam ser vistos através de uma tela um pouco afastada da câmera, mas suficientemente de fácil entendimento, onde pudemos ver o segundo doutor, o sexto, o sétimo, décimo e finalmente ao memorável episódio da ”Gênesis of The Daleks” com o quarto doutor, vivido pelo ator Tom Baker.
Se a quantidade de referências não foi o bastante, o que dizer da ousadia na roteirização. Moffat não poupou esforços ao demonstrar o quão ameaçador é o momento. Deixando qualquer expectador boquiaberto, ao observar a falta de esperança e o quão o doutor se sentiu pressionado, mas principalmente arrependido. Pelas últimas cenas do capítulo ficou claro que é possível que veremos o Doctor tendo uma reação em cadeia por meio da raiva que ele guarda em seu interior. Quem sabe algo similar ao que vimos com David Tennant quando décimo ao que pode acontecer com ele quando fica muito tempo sem uma companion.  

No fim das contas, “The Magician’s Apprentice” trouxe a realidade de forma atormentadora. E o quão devastador pode ser aquilo que é antigo, quanto mais antigo mais perigoso certo? Será meu lema para esse arco, que promete trazer consequências irreparáveis ao universo de Doctor Who que conhecemos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Minicast #12 Anime Arslan Senki EPs 22 E 23



Estamos a duas semanas do final da primeira temporada do anime. E estamos diante de uma guerra, que dará início a batalha final do arco. Os shipps tornam-se mais evidentes outros personagens são lembrados, enquanto discutimos o futuro do príncipe Arslan nesse final de temporada.

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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Review Fear The Walking Dead S01E03 – The Dog



Após uma semana sem episódio novo de Fear The Walking Dead a minissérie retorna em sua terceira semana. ‘The Dog’ chega para alimentar essa ausência trazendo a tensão na medida e a demonstrar que pode criar, de fato seu próprio caminho para uma história original.
Nada mais trágico do que a morte de um cachorro em tela, o que deu origem ao título do episódio 3 que trouxe mais suspense rendendo bons momentos na reafirmação de que Alicia não sabe sobre os infectados. O que ainda chega a irritar. A partir desse momento podemos considerar a família Salazar como parte do elenco regular da minissérie. Pelo menos até que Griselda acabe morrendo com uma infecção na perna ou vítima da guarda nacional, que é algo que provavelmente devemos ver ao longo dos próximos episódios.
Após Travis e sua ex-esposa e seu filho ficarem abrigados com os Salazar durante uma noite, eles decidem tentar a sorte lá fora, antes que sejam queimados vivos pela população em fúria. Enquanto isso, Madison e seus filhos ficam com medo de serem atacados e visitam a casa do vizinho para conseguir uma arma.
A tensão de The Dog é toda apresentada na invasão domiciliar. Como a cena na caminhonete dos personagens vislumbrando a energia elétrica falhando em toda cidade. A cena em que Madison terá apenas a luz de uma lanterna para entrar num ambiente em que o telespectador desconhece, temos a jogada de mestre do diretor do episódio, pois ele consegue nos envolver e brincar com a nossa expectativa de tomar um susto com os moradores da casa aparecendo a qualquer momento.
Quando Travis chega em casa e se depara com seu vizinho devorando um cachorro, a sua primeira ação é tentar trazer o cara de volta à razão. Aqui vemos a série tentar trabalhar muito com o conceito de violência e agressão. Travis já está bem consciente de que essas pessoas deixaram de ser quem eram, mas está no processo de negação. Se não fosse pela intervenção de Daniel Salazar e um tiro a queima roupa, Travis poderia ter acabado se machucando ou alguém próximo acabar mordido nessa vã tentativa.
A discussão sobre violência e agressão retorna quando Daniel tenta ensinar para Chris como usar a espingarda. Travis interrompe a lição e deixa bem claro seu posicionamento contra as armas. Daniel retruca: “as armas não se importam com o que você sente à respeito delas”, e prova o ponto que para sobreviver, convicções terão que ser modificadas.
Com a ação do exército no final do episódio existe uma esperança de que as coisas serão diferentes. A família toda se abraça e se sente reconfortada diante os fuzileiros salvadores da pátria, mas o roteiro deixa claro que os militares estão cumprindo ordens de um superior que ainda não tem a menor noção do que está acontecendo. Para eles, qualquer pessoa que tenha sido exposta a um zumbi pode ser considerada como um perigo. Nós, telespectadores, sabemos que não é bem assim. O único que sente que a presença militar não significa algo bom é o teimoso Daniel.

‘The Dog’ não somente deixa claro pontos de vistas sobre os zumbis e seus personagens, e a própria sobrevivência como também apresenta novos desafios, que talvez não sejam os comedores de cérebros propriamente ditos. Mas os humanos. Como diria Daniel Salazar “As pessoas boas são sempre os primeiros a morrer”. Será?

domingo, 13 de setembro de 2015

Crítica do livro "O prisioneiro dos Daleks"

Que Doctor Who é uma das sagas que mais consegue expandir (e bem) seu universo, já não é algo desconhecido. Agora, o grande problema eram esses livros, quadrinhos, filmes dentre outras coisas chegarem no público brasileiro. Felizmente a editora Suma das Letras realizou esse trabalho, para a alegria dos whovians brasileiros.
“O prisioneiro dos Daleks” conta a estória da expansão do império Dalek e as batalhas que começam a eclodir em todo o mundo. Assim, dentro de uma dessas batalhas, o Doctor se vê junto com um grupo de caçadores de recompensa na linha de frente da luta. Com a ajuda desse, os caçadores conseguem capturar um desses Daleks, vivo e pronto para ser interrogado. O problema é que o jogo acaba virando e todos se tornam prisioneiros da espécie com maior rivalidade com os senhores do tempo.
 Pelo lado positivo, se deve começar pela ótima escrita de Trevor Baxendale. O autor do livro consegue colocar uma linguagem bem fácil, leve e direta. A personalidade do 10º Doctor transferida pelas palavras também é um grande diferencial para o excelente andamento da narrativa. Os personagens secundários adicionados, principalmente os caçadores de recompensa, tem seu desenvolvimento bem realizado. A preocupação no bem-estar de todos após se tornarem prisioneiros é muito bem transportada para o leitor. Seguindo, é uma ótima estória de introdução no universo de Doctor Who. Ela funciona como um “caso da semana” e não é nada complexa. Da mitologia do personagem, só é possível detectar os elementos mais básicos (a Tardis, a sonic screwdriver, a roupa), o que facilita para um iniciante. Por último, a personalidade dos Daleks que aparecem nesse exemplar é bem interessante. Lembrando sempre algo em comum, mas todos parecendo um pouco diferentes dos outros, cada um com sua “individualidade”.
 Pelo lado negativo, é interessante relatar a fácil conclusão do texto. A estória segue num estilo que poderia ser um pouco mais interessante do que o esperado, mas acaba sendo um pouco menos. Talvez o roteiro funcionasse melhor num episódio para a série. Seguindo com alguns andamentos das situações mal explicados, que atrapalham bastante aos leitores mais atentos, mas nada que mude absurdamente a opinião sobre a narrativa.
 A edição da Suma de Letras é muito bem realizada. A tradução de Camila Fernandes está fantástica e a revisão também muito bem-feita, sem nenhum erro de português. A formatação das letras na obra também é sensacional, com grande destaque para a escolha de uma letra mais garrafal e incisiva para a fala dos Daleks. O maior erro da edição vem por conta da capa escolhida. Claro que tem todo o diferencial de um fã da série passando em uma livraria poder comprar, mas poderiam ter escolhido uma melhor. A capa é bem feia e não chama atenção para um leitor não conhecedor do seriado.
“O prisioneiro dos Daleks” não é a melhor estória, nem o melhor livro de Doctor Who. Ele possui um desenvolvimento bem interessante e alguns pontos bem positivos, mas peca feio nos seus momentos finais, algo que desagrada também em alguns episódios da série. Apesar disso, é uma ótima estória para os fãs e uma bela introdução da série para qualquer um.

Nota: 7,3/10

Podcast #15 BIG Cast Temporada De Primavera Animes 2015



Trazemos a discussão de como ficou nosso TOP 5 de animes da temporada de Primavera de 2015.
Top geral
1. Shokugeki No Souma
2. Punchline
3. Ore Monogatari
4. Arslan Senki
5. Yamada-kun To 7 Nin No Majo
Top de aberturas (Openings)
1. Shokugeki No Souma
2. Ore Monogatari
3. Owari No Seraph
4. Arslan Senki
5. Yamada-kun To 7 Nin No Majo
Top de encerramentos (Endings)
1. Kekkai Sensen
2. Ore Monogatari
3. Arslan Senki
4. Gunsliger Stratos
5. Owari No Seraph


Link para download:
https://mega.nz/#!VQh3GIqZ!NmjGU5zWde_DVXAQuJF6_4VfixfpYWrFCk5of9IN42g

OBS: Tivemos um problema técnico quando falamos de Arslan Senki, por conta disso o tempo de audio foi muito reduzido comparado aos outros. Mas o que estaria no aúdio vocês podem encontrar no Minicast de Arslan Senki que fizemos de primeiras impressões, o que dá uma visão geral da história do anime.
Segue o link: https://soundcloud.com/senta_aicast/minicast-1-anime-arslan-senki

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sábado, 12 de setembro de 2015

Crítica - O Agente da U.N.C.L.E


Sofisticação, classe, luxo e Guerra fria como pano de fundo de mais um filme envolvendo espionagem em 2015. Em ano repleto de espiões aqui e ali, os fãs do gênero foram quem saíram ganhando. Depois da surpresa que foi ‘Kingsman: O Serviço Secreto’, o clichê do gênero com ‘A espiã que sabia de menos’ e em um show de atuação com Tom Cruise em ‘Missão Impossível – Nação Secreta. Chega a vez de Guy Richie se divertir com O Agente da U.N.C.L.E, homenageando os filmes de espiões dos anos 60.
A narrativa tem início em plena Guerra Fria, quando o agente da CIA Napoleon Solo (Henry Cavill) é forçado a se unir com o agente da KGB IIIya Kuryakin (Armie Hammer) em uma missão envolvendo remanescentes nazistas de disparar uma bomba nuclear. Totalmente opostos, eles ainda precisam proteger a mecânica Gaby Teller (Alicia Vikander). O longa ganha força pela forma simples de construção de cenas mantendo o tradicionalismo sem aprofundamento. Mas que funciona graças aos estereótipos consagrados e a deliciosa atmosfera retrô. O que tornou Elizabeth Debicki a femme fatale visualmente hipnotizante no papel da vilã.
A fotografia em película de John Mathieson captura com perfeição o look dos anos 60, com uma imagem levemente granulada e cores desnaturadas, enquanto a trilha sonora de Daniel Pemberton segue absolutamente genial, ao fornecer uma identidade única.
A atuação da dupla Solo e IIIya segura bem o filme, seja nos momentos de tensão ou no bate-boca deles em cenas com a dose certa de humor apimentando ainda mais a relação entre eles. Henry Caviil se mostra um James Bond mais debochado e malandro em um contraponto visível a IIIya com um pavio curto devido aos traumas de infância. A irreverência de Solo cria uma das melhores cenas do filme, quando este simplesmente se abriga em caminhão e toma vinho, enquanto o parceiro enfrenta uma perseguição numa lancha. Ou mesmo quando se percebe drogado e sabendo que irá cair, se deita no sofá. Por outro lado, Armie nos entrega um sotaque russo convincente do personagem mais ‘capanga’ que representa. E apesar de agirem juntos e ter diversos momentos de piadas juntos, não chega ser um bromance estranho, o que se equivale ao que Ritchie fez em suas versões de Sherlock Holmes e Watson de Arthur Conan Dyle.


Um dos poucos pecados que o longa comete é na falta de aproveitamento nas personagens femininas. Vikander como Gaby tem pouco espaço para se mostrar capaz. E quando precisou mostrar presença a cena não rendou para o lado dela a tornando sempre indefesa e ‘dama em perigo’, apesar dela ter se apresentado como uma mulher forte. Outra é a vilã, pois nas cenas em que aparece, ela sempre se destaca em função de sua inteligência e sutileza, mesmo quando é extremamente cruel. No entanto, chega a incomodar o tanto que ela foi desperdiçada na história, seja com a falta de diálogos mais longos ou mais cenas. Alguns coadjuvantes até tiveram um pouco de aprofundamento, mas ela merecia mais, afinal, é a vilã.

Tirando a falta de desenvolvimento das personagens femininas, U.N.C.L.E conquista em todos os quesitos. Cavill prova ser um bom candidato a futuro James Bond. E a relação entre tapas e beijos entre Hammer e Vikander vai ficar para uma continuação merecida. Em termos técnicos, o figurino impecável destacando a diferença entre Solo e seu terno ajustado e IIIya ‘capanga’ russo. É bem capaz de você se lembrar mais dos quesitos visuais da produção do que do roteiro em si quando for falar para alguém sobre a película.
Em um bom ano para agentes secretos O Agente da U.N.C.L.E traz belos diálogos, muita ação e perseguições emocionantes. Um entretenimento de primeira, sem dúvida. Promovendo uma reconstrução crível da atmosfera da Guerra Fria e uma química divertidíssima entre os protagonistas, que fazem valer qualquer clichê. Eu veria a próxima aventura da dupla sem nenhum problema.


Nota: 9.0

Crítica - Ricki and The Flash


O ano de 2015 não seria o mesmo sem uma comédia musical e Ricki and The Flash veio para preencher essa lacuna. Trazendo uma trilha sonora como seu ponto alto do início ao fim, o longa estrelado por Meryl Streep na pele da desajustada guitarrista Ricki Rendazzo fala de depressão, realidade familiar e ser quem você é.
A trama contextualiza Ricki, uma mãe que larga a família para realizar o seu sonho e décadas depois retorna quando a filha entra em depressão. Quando seu ex-marido Pete (Kline) telefona avisando que a filha do casal, Julie (Mamie Gummer, filha de Meryl na vida real também), está em depressão após ter se separado do marido. Ele pede que Ricki vá visitá-los em Indianápolis, mesmo ela não tendo uma relação muito boa com a família. O que ela não sabia é que a situação era pior do ela imaginava e que essa viagem vai mudar a vida sua para sempre.
Ao saber do nome Meryl Streep no cartaz, logo sabe-se que ela será o ponto principal. Sem dúvida, mas a prestigiada atriz demonstra sua capacidade vocal como ninguém e defende bem seu papel de Ricki. Apesar da trilha sonora divertir, o longa acaba por ter cenas com cantorias demais e conteúdo de menos. Sendo um dos primeiros pontos negativos.
A história se desenvolve em meio a inúmeras performances de Ricki and the Flash, que arrasa com covers de Tom Petty, Bruce Springsteen e U2, entre outras. Para agradar aos fãs mais novos, a banda ensaia até um pouco de Lady Gaga e Pink. O roteirista Diablo Cody faz uma rápida aparição durante uma das músicas.
No que diz respeito a direção de Jonathan Demme, o longa tem cortes bons nos momentos de desenvolvimento do drama familiar, entretanto, quando precisou extrair conteúdo das cenas musicais pouco o fez. O que ocasionou numa falta de interesse nos personagens ligados a banda em si. Nas atuações Mamie Gummer é a que se mostra mais à vontade no papel de Julie, a filha depressiva. Apesar de Kevin Kline ter seus momentos, se a narrativa permitisse seria melhor utilizado. O mesmo vale para Sebastian Stan.


Devido aos cortes a mais para a música, o filme perde coesão da metade para o final. Mas ainda assim diverte, apesar da produção simplista e uma direção sem brilhantismo. Vale se você procura um ‘filme sessão da tarde’.


Nota: 6.7
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