REVIEW DOCTOR WHO S09E05 - THE GIRL WHO DIED

E se você descobrisse que a morte é uma habilidade?

PODCAST #18 - POR QUE ASSISTIR DOCTOR WHO ♥

Aqui discutimos sobre o porque Doctor Who, considerada a série mais antiga viva deve ser assistida. Vamos ouvir?

CRÍTICA AO FILME: PERDIDO EM MARTE

Que tal dar uma espiada na nossa mais nova crítica?

CRITICA DO LIVRO: ATÉ O FIM DA QUEDA

Que tal parar pra ler um pouco de literatura nacional fantástica?

SEMANA DO TERROR

Gostosura ou travessura? Essa semana trazemos nada mais nada menos que calafrios de te tremer a espinha. Que tal dar uma olhada em nossas travessuras diárias? Clica vai!

sábado, 31 de outubro de 2015

Minicast #13 Anime Arslan Senki Eps 24 E 25 FINAL



FINALMENTE depois com um mês de atraso para postagem. Foi possível ir ao ar o minicast final da primeira temporada do anime Arslan Senki, que acaba sendo maior que um minicast comum.


Deixamos nossas perspectivas para segunda temporada, na qual deve ir ao ar ano que vem. Pois já está confirmada. Pontuamos os maiores desenvolvimentos, as possíveis surpresas desses últimos capítulos, e um panorama geral sobre essa primeira temporada.

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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Review Doctor Who S9x06 – The Girl Who Lived



Ah a imortalidade, uma luxúria, uma tristeza, uma lástima, um drible na morte. Se você vence a morte, existe algo mais pelo que lutar? Se viver é só mais um artifício. Nessa segunda parte do arco de Ashildr (Maisie Williams) vemos mais uma sequência de qualidade nos episódios dessa temporada, que vem se mostrando não somente com um enorme potencial, mas de fato marcando presença em cada capítulo, esculpindo um Doutor mais reflexivo, e questionamentos tão profundos quanto o espaço sideral.
Assinado pela escritora inglesa Catherine Tregenna, que já assinou episódios para o spin-off Torchwood, bebe diretamente da fonte de textos dramatúrgicos tragicômicos dos palcos ingleses, nos entregando um episódio intrigante. Onde vemos Ashildr, agora imortal tendo vivido 800 anos, encontrando tristeza pelos cantos, e por mais que tentasse ajudar a humanidade da maneira que podia, não parecia suficiente, e que por vezes até taxada de bruxa. A escritora em nenhum momento ignora os fatos do episódio anterior, escrito por Steven Moffat em parceria com Jamie Mathieson. Ele dá continuidade ao dilema dos problemas da imortalidade.
O roteiro foi sábio ao usar o recurso do flashback. E a direção de Ed Bazalgette mais inteligente ainda por mantê-los coloridos, usando uma palheta de cores mais austera para narrar os fatos que aconteceram a Ashirld – que agora atende pela alcunha de ‘Eu’. O roteiro consegue trazer um interessante paralelo de vida e morte ao usar da mitologia grega, travestida de ficção científica ao inserir pontualmente a jóia conhecida como o “Olho de Hades”.
Um dos pontos ousados foi a ausência da companion Clara no capítulo, pois sem a presença de Clara o roteiro de Catherine se permitiu explorar várias perguntas, tanto metafísicamente, sobre a vida e sua duração, como sobre a solidão e importância de se compartilhar momentos. O mais curioso é como a trama envolvendo a relação do Doutor e Ashirld se desenvolve, apesar de ser segundo plano. Porém a psiquê é o verdadeiro personagem, quando o Doctor começa a se enxergar na imortal Ashirld. É nessa dinâmica, que o texto de Catherine Tregenna cria uma atmosfera quase claustrofóbica, sentimo-nos tão presos quanto a própria vinking e aos poucos compreendemos não só o lado do Doutor quanto o dela própria.
No fim das contas, a roteirista resgata a ideia por trás da figura do Time Lord e o porquê dele viajar com humanos, cujas vidas são tão curtas em comparação a sua própria. O amor do Doutor pela vida é colocado mais uma vez a prova e sabiamente Catherine insere Clara nos momentos finais apenas, como um suspiro de alívio para o espectador, que, enfim, enxerga o perigo se colocar dois imortais lado a lado. Pois o ser humano é necessário e somente assim a humanidade do Doutor pode (e deve) ser mantida, do contrário, corre-se risco de se tornar o que a mulher que sobreviveu se tornara. “Aquela que irá cuidar daqueles que Doutor deixar para trás. ”
Outro ponto vai para o ator Ariyon Bakare, que deu vida ao homem-Leão Leandro, também merece destaque. Apesar da maquiagem carregada, ele consegue empossar um personagem imponente e implacável com sua postura e tom de voz. Aos fãs de tokusatsu que assistem Doctor Who, impossível não lembrar do Henshin Hero Lion Man, exibido em terras brasileiras nos anos 70.
As referências e metalinguagem ao universo da série se mantêm presentes, como a citação ao Capitão Jack ou às mais sutis, como quando o Doutor informa Ashildr sobre o Grande Incêndio de Londres, que estava preste a acontecer. Fato provocado por sua quinta encarnação na série clássica.

Então se encerra mais um capítulo da nona temporada de Doctor Who, que segue gloriosa. Sem decair a qualidade nem um milímetro. Deixamos pra trás uma personagem que certamente gostaríamos de rever. Capaldi e Williams ofereceram um verdadeiro show, com uma química que convence, exaltando o talento de ambos os atores. Um arco acima de tudo intimista que soube exatamente onde pisar e se manter na linha.

O Massacre da Serra Elétrica (1974) – Crítica



Nada como, Leatherface, personagem cuja máscara está entre um dos mais variados ícones de fantasias no Halloween e cosplays em todo mundo. Bem essa semana final de Outubro nós do Senta aí que já vem história resolvemos postar algumas críticas sobre mídias que trabalharam e trabalham com terror. Seja esta cinematográfica, série, HQ ou livro.
Aos cinéfilos e amantes de terror é um ritual ter O Massacre da Serra Elétrica em sua lista, como um dos longas mais impactantes do gênero. Lançado em 1974, pelo não tão conhecido na época, diretor Tobe Hooper, na qual se encontrava em seu princípio de carreira, o filme era seu segundo trabalho. Hooper posteriormente viria a dirigir o famoso Poltergeist, quase 8 anos depois. Assim como Psicose, O Massacre da Serra Elétrica veio para fincar a bandeira de uma nova fase do horror no cinema.
Baseado na vida de Ed Gein, o assassino cuja carnificina já havia roubado as telas do cinema através do enigmático Norman Bates, e que voltaria em outras fase da vida (Psicose II,III e IV), além de inspirar, ao longo dos anos assassinos fictícios, tal como Buffalo Bill de O Silêncio dos Inocentes. O que há de simplista nessa película, há de admirável, por ser uma obra de alta qualidade, ao passo que, o orçamento da produção foi extremamente baixo. Sem mencionar, a falta de experiência de Hooper em longas-metragens e atores com pouca ou nenhuma experiência no elenco.
Ao demonstrar o horror de forma crua, gráfica e chocante foi preciso muita criatividade. Essa que foi a responsável por dar vida ao macabro cenário da casa de Leatherface e sua família, a fotografia atiça a mente dos espectadores para as mais diversas reações e interpretações da película. Por incrível que pareça há quem veja Leatherface e sua família como uma sátira ao governo americano, o perigo mascarado dilacerando pessoas, além de outras coisas inimagináveis tanto abertamente, quanto às escondidas. Vale lembrar que a Guerra do Vietnã estava em seu penúltimo ano e o Caso Watergate permanecia na memória recente do país. O que dá para imaginar o impacto desta obra para o povo americano nos anos 70.
O roteiro ficou por conta de Kim Henkel ao lado do próprio Hooper, que souberam esmiuçar uma produção que já estava fadada pelo baixo orçamento, afim de usar dos elementos que a natureza humana possui em seu âmago como ossos, sangue, surto, o bizarro, de fato um reflexo barroco da sociedade americana. Por isso o longa é capaz de demonstrar um lado medonho, e infelizmente real em partes, a sua violência oculta, nesse caso principalmente, o modo como a mulher se torna alvo favorito desse tipo de atitude.
Um ponto que conclama o uso da natureza humana vista em seu limite das situações de perigo é o da personagem Marilyn Burns, que ganha destaque aterrador na reta final da trama. Uma experiência foi feita no dia de exibição para uma plateia selecionada e, no final, perguntaram qual era a coisa mais assustadora do filme na opinião daqueles espectadores. Mais da maioria respondeu que tiveram mais “medo” de Marilyn Burns e sua série de torturas, captura, fuga, gritos e olhos esbugalhados em primeiríssimo plano na tela do que do próprio Leatherface e sua família.
Nos dias atuais vemos como a trilha sonora pode fazer de uma película uma obra de arte esplendorosa. No entanto, quando existe a quase inexistência da mesma, o resultado em O Massacre da Serra Elétrica foi digno de aplausos. Tobe Hooper buscou alternar as cenas de horror psicológico, gore e semelhantes criando uma atmosfera visual dinâmica, não obstante, inovador para época da forma como foi trabalhado. Adicionando, como complemento, sons do ambiente. Os momentos que ouvimos uma ‘música chocante’ são curtos, comparados a maioria dos filmes de terror, mas quando esta surge, faz um serviço veloz de contexto fúnebre para então dar lugar ao som infernal da motosserra. Os gritos alucinantes de Marilyn Burns, sons de animais, portas e pisos rangendo. Trata-se de uma edição e mixagem de som em parte dialética, o que em parte demonstra ser não realista, mas como produto final possui um imenso impacto sobre o público.
Compreende-se como um longa de baixo orçamento realizado por artistas fora do glamour hollywoodiano. O Massacre da Serra Elétrica logo tomou forma como um marco no gênero horror. O filme tem sim seus problemas no roteiro, no que diz respeito aos diálogos iniciais e em seu desenvolvimento, com exceção da parte final. Cambaleia na direção, por ser o segundo trabalho de Hooper como diretor, entretanto, é inquestionavelmente uma obra notória no meio cinematográfico.
Nesta película foram lançadas as sementes do tipo mais cru de terror, um formato que em maior ou menor intensidade já era visto nos filmes B e em obras que optavam por um outro tipo de medo como o de O Bebê de Rosemary (1968), porém a partir de seu enorme sucesso passou-se a flertar com os grandes estúdios vindo a se tornar uma franquia, um verdadeiro modelo de susto pré-definido na sua mais pura essência. O medo que investe na degradação dos corpos, da mente e da alma. A fuga, embora fosse uma opção, nunca era a melhor opção, pois a morte horrenda já estava estabelecida como aceitação como moral para o gênero.


Nota: 9,0

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Crítica DeathGasm

Filmes de terror trash que se misturam com o humor parecem estar mais em voga. Depois de “Todo mundo quase morto” (2004) de Edgar Wright, a comédia com o terror voltou à tona e os filmes trash, clássico subgênero do terror/horror, se adaptaram a isso de uma maneira muito boa. Esse é o caso desse longa da Nova Zelândia, Deathgasm.
A obra conta a estória de Brodie, um garoto fã de metal e um devido garoto problema, que, certo dia, resolve formar uma banda chamada Deathgasm com seus amigos Zakk, Dion e Giles. Quando Brodie e um de seus colegas de banda invade uma casa, descobrem que um de seus ídolos, o músico Rikki Daggers, vive lá. Daggers entrega a eles uma partitura mágica, a que a banda toca e acaba, sem querer, invocando um poderoso demônio, além de transformar toda sua vizinhança. Agora, eles devem achar uma forma de derrota-lo e retomar a paz do lugar. 
Se deve começar analisando esse filme com a direção e o roteiro. O longa é o primeiro trabalho em maior tamanho de Jason lei Howden e ele já acerta logo de cara. Os planos colocados e algumas tomadas são maravilhosas e até impressionantes para um estreante e para o gênero de terror. O roteiro é do mesmo e Howden continua acertando. Piadas sensacionais colocadas em ótimos momentos ao longo da trama. Além disso, o desenvolvimento para o final hilário é algo digno de prestar atenção nele. Continuando com acertos, deve-se observar a ótima trilha sonora, que se encaixa bem com o tema. Como os protagonistas são fãs de heavy metal, a trilha toda ao longo dos 86 minutos é repleta de guitarras, baterias e baixo bem pesados. O terror que o filme coloca é digno de lembranças. Não deve ser o filme mais assustador ou o melhor filme de terror que todos irão assistir, mas é devidamente interessante e consegue deixar uma boa tensão no telespectador e, melhor ainda, sem precisar dar nenhum susto. Por fim, a ótima fotografia também deve ser lembrada. Sempre com um tom mais escuro e saturada, ela ajuda devidamente bem na linha narrativa e no clima.
As atuações talvez sejam o ponto mais fraco, no geral. Elas não convencem nem um pouco, seja do protagonista e dos personagens secundários. Todas muito superficiais e muito fracas e não levam a apatia em nenhum instante. Além disso, o terror poderia ficar em maior quantidade que a comédia. A mistura dos gêneros acaba tendendo para o lado da comédia, já que é mais fácil de vender pela ideia, mas ficou bem pouco igualitário no resultado final. Por último, a pouca duração do longa atrapalha bastante. Talvez pelo pouco orçamento ou a agilidade na finalização sejam uma grande barreira, mas falta maior desenvolvimento de ideias e de personagens no geral de uma maneira bem clara.
O final da estória é muito bem realizado, totalmente inesperado e devidamente bem engraçado. O climáx é realizado de uma maneira bem interessante para um final de arco de cada um dos personagens e os últimos minutos encaixam muito bem no geral que o longa apresenta. Além disso, existe uma cena pós-crédito que complementa bem o final da trama.
Deathgasm é uma das grandes produções trash do ano. Serve muito bem como um filme de terror e como uma comédia. Possui uma ótima direção e um bom roteiro, além de outros bons aspectos técnicos, mas peca no elenco, no balanceamento e na sua duração. Apesar disso, é um filme bom, muito divertido e merece ser assistido.

Nota: 7,6/10

domingo, 25 de outubro de 2015

Until Dawn - Crítica


Por Aziraphale

Saudações a todos, quem volta a aparecer aí para infernizar vocês é o Aziraphale vindo direto das profundezas do mar sem fim, do local onde as trevas são a parte clara do dia, de onde ninguém jamais deveria ouvir falar, well nem tão ruim assim, ninguém curte o sol mesmo né, só serve para nos cegar quando em raros momentos saímos de nossa caverna (sic) quarto... Enfim saiam dos seus quartos de vez em quando, vão ao cinema, restaurante, curtir um bar, encham a cara, sejam presos... Ok esqueçam, só aproveitem a vida ao máximo, pois ela é uma só, se você não for espírita lógico... Mas mesmo assim aproveitem afinal, por que não se divertir ao máximo né, só lembrem que para ir ao cinema, viajar, comer bem e jogar jogos precisam de grana então trabalhem um pouco também ao invés de dependerem de pais, só um pouco tipo uma vez por semana, duas, três ninguém morre por ganhar seu próprio dinheiro, é até algo que dá prazer, mais até do que platinar dark souls vai por mim.
Enfim mais um critica de jogos, dessa vez voltamos ao PS4 para um exclusivo, Until Dawn da produtora Supremassive Games, uma produtora britânica, que não fez nada de muito destaque antes desse game. E deu certo, até o momento o jogo vendeu mais do que o esperado, foi o jogo mais popular do YouTube em agosto, logo é um jogo que superou e muito as expectativas do pequeno estúdio que antes só tinha feito o remake HD do primeiro KillZone para o PS3 e conteúdos para downloads de jogos de outras produtoras além de jogos de menor destaque, ou seja, um feito e tanto.
A proposta inicial era lançar o jogo para o PS3 em seu final de vida, usando o move como lanterna o jogador apontaria para onde gostaria de iluminar com o move e andaria com o navigator, porém com o lançamento do PS4, os planos mudaram e isso foi muito bom. Mas vocês perguntam, e aí Zirão, sobre o que é o jogo, vale a pena comprá-lo com tantos jogos bons nas prateleiras?? Então vamos por parte, o jogo é basicamente um filme em que você controla os personagens e suas escolhas durante ele alteram em parte o enredo, digo em parte, por que as mudanças na maioria das vezes é um dialogo de 10 segundos ou uma mudança em algum detalhe, porém sem influir na trama principal, poucas vezes será algo vital que realmente mudará algo de importante na trama, seria algo no mesmo estilo de Beyond e Heavy Rain, na história faz referencia e se baseia em diversos filmes de terror de Hollywood principalmente as sagas “Pânico”, “Jogos Mortais” e “Efeito Borboleta”, já que o jogo funciona exatamente nesse sistema de que uma ação muda completamente o futuro, bem pelo menos tentam fazer isso, com certo êxito até, mais até do que demérito, o fato do jogo ter feito também captura de movimentos de atores e atrizes famosos que emprestaram suas vozes e expressões para engrandecimento do jogo em especial a atriz conhecida pela série de TV “Heroes” Hayden Panettiere, isso conta muito, mas muito em favor para o game, um resumo básico da história para não me aprofundar muito e dar spoilers, um grupo de oito amigos volta a uma casa nas montanhas nevadas de Mount Washington para uma festa, um ano após um terrível acidente que acabou acontecendo na mesma montanha onde numa reunião parecida em que grande parte dos convidados estava presente, duas jovens desapareceram. Nessa reunião nova, muitos dos personagens da antiga voltam à cabana e alguns novos, no jogo, temos uma figura enigmática logo de inicio um psiquiatra Dr. Hill interpretado por Perter Stormare, ator de longa carreira com séries como Prison Break na carreira e filmes como Armageddon, Fargo e o Grande Lebowski, mais uma vez ele rouba a cena, fazendo seu personagem tomar uma proporção única no jogo.
 Um dado relevante, o jogo ocorre em grande parte numa floresta, porém os caminhos dentro dela, são únicos, uma trilha até o fim, tirando partes da trilha onde você pode sair, e deve porque provavelmente haverão itens nessa trilha paralela, mas para uma floresta densa, fica bem simples, já que todos os caminhos são únicos. A produtora menciona que isso é para dar a sensação de prisão, de não ter para onde fugir, o que não ocorreria se tivesse vários locais para irmos na floresta, então vamos dar um salto de fé e confiar nesse ponto com a produtora, enfim, você pode pegar quatro tipos de pistas ao longo do jogo, uma são as pistas da história das duas personagens que desapareceram um ano antes que eram irmãs gêmeas, a segunda são as pistas de um misterioso incidente ocorrido em na década de 50, outro são as pistas do homem misterioso, o inimigo mortal que persegue os jovens. Por fim durante o jogo você pega diversos totens que revelam o futuro de algum personagem, coletando todos os totens você pode ver um vídeo que explica mais um pouco a respeito dos mistérios do jogo. Você pergunta pegar essas pistas influencia o que? Bem pegando elas você sabe mais detalhes do jogo, e seu personagem também, logo você consegue mais informações a respeito do que ocorreu no passado da montanha, mas muda o final se eu não pegar nada? Não necessariamente, você somente ficará sem saber da trama que é uma trama bem legal. Vale destacar aqui um ponto negativo, nos totens você tem uma visão do futuro, que pode ser sua morte ou de alguém que seu personagem se importa, logo você imagina, o personagem deve pular de susto né?? Não ele simplesmente não tem reação alguma, é como se nada tivesse ocorrido.  Ponto negativo um.
O jogo usa sistema de quick time event (aquele em que você precisa apertar determinado botão na hora certa) sistemas de escolhas, além disso, você só precisa andar e iluminar a área que deseja com a lanterna e, raramente usar uma arma onde você move somente a mira, como num jogo em primeira pessoa. Os Quick time events são bem fáceis, o jogo como um todo é bem fácil, a história em uma primeira jogada te entretêm e muito, você se importa com os personagens, quer salvar todos, algo em que você provavelmente irá falhar numa primeira tentativa, você toma diversos sustos, se esforça ao máximo para não errar nenhum botão, tenta pegar o máximo de pistas, saber o máximo da história, mas vamos ao ponto negativo dois, o roteiro do jogo que teve a ajuda de roteiristas de filmes de terror indie, peca no momento de revelar o temido assassino, por que ou eu vejo muito filme de terror, ou essa parte é extremamente previsível, ok o jogo não termina quando a identidade dele é revelada, é o resto eu realmente não previ, mas algo que seria divertido de tomar um plotwist na cara ficou devendo e muito. Mas vamos ao ponto negativo três, o jogo é fácil de platinar, basta zerar umas duas ou três vezes, porém o jogo perde totalmente a graça após a primeira partida, você já sabe tudo, quais momentos são perigosos de verdade, quais mesmo que você erre tudo não acontece nada, quem é o assassino, etc, toda graça do jogo se perde, seria como ver um filme de assassino duas, três vezes seguidas, perde totalmente a graça do replay, o pior de tudo é que você não pode ao menos pular os movies, tendo de ver tudo repetidas vezes, se tornando um jogo muito maçante nos replays. E sim eu platinei o jogo, só para tentar fazer o máximo de mudanças para vir aqui fazer a crítica para vocês, viu como me importo, foi um saco, mas nós do senta aí pensamos sempre em vocês em primeiro lugar, enfim ponto negativo três, qualquer jogatina após o fim do jogo é um saco, ponto negativo quatro, mesmo que você queira e seja ávido por terminar 100%, o movie final, aquele que você espera ser épico e fechar com chave de ouro o jogo, que num jogo de escolhas você espera que seja longo e mude drasticamente conforme você muda suas escolhas, é... Ínfima a mudança, além de ele ser extremamente curto, tipo um minuto mais ou menos, tem mudanças até tem, mas são nos depoimentos dos sobreviventes durante os créditos já, ou seja, o final é em grande parte sempre igual. Com isso termino a critica, em resumo, é um jogo em que sua primeira partida, seus olhos vão brilhar, você vai se assustar, ter medo, e tentar salvar todos, pensar muito antes de uma escolha, se vai ou não para um determinado lugar, é um jogo nota 8 com certeza, mesmo com seus problemas, mas com o replay sendo extremamente repetitivo e sem grandes mudanças é um jogo que recomendo vocês comprarem ano que vem numa promoção por 70 reais se vocês curtem muito o gênero.

PS. Como o jogo foi um enorme sucesso, é bem possível uma continuação, vamos torcer que eles melhorem e muito os pontos negativos para não ser mais um jogo que irá para as profundezas do meu armário após o termino do mesmo.

Então vou ficando por aqui, aproveitem que esse jogo não é recomendado para um ano cheio de jogos bons, e vejam os filmes em que ele se baseou, vejam ou revejam a saga Pânico, Jogos Mortais, Efeito Borboleta, enquanto se deliciam com uma deliciosa morcela frita e um ótimo vinho tinto, prato perfeito para o Halloween que está tão próximo... Fico por aqui, mas volto em breve. Antes do que vocês imaginam, então senta aí e se vira nos trinta... Opa mals senta aí que lá vem história. 

Nota final, 6,5

Crítica do livro Cidade de Deus Z

Obras que trabalhem com a temática zumbi sem ter uma grande crítica ou ideia por trás dela estão se tornando cada vez mais escassas. Assim, cada vez que novas saem com esse cunho devem ser divulgadas, ampliadas e faladas. Esse é o grande caso do mais novo lançamento da editora Leya, Cidade de Deus Z.
A estória do livro começa as seis da tarde em mais um dia na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, na qual os moradores são impedidos de adentrar e sair da comunidade devido a policiais armados. Poderia ser apenas mais uma operação de costume para os moradores daquela comunidade, mas algo assustador viria: uma invasão zumbi na favela. Ao se verem cercados, um grupo de traficantes e moradores decidem sair do local, mas devem enfrentar pela frente a ira dos zumbis e dos policiais, dispostos a matar qualquer um que aparecesse pela frente.
O livro é escrito pelo autor Julio Pecly, que infelizmente faleceu no início desse ano, que foi morador da Cidade de Deus por boa parte de sua vida. Esse detalhe ajuda muito para a criação em torno da trama e de todas as críticas sociais que ele implementa ali. Falando nessas, é interessante realça-las. Sob o primeiro lugar, como as pessoas poderiam se tornar zumbis: através de um determinado tipo de cocaína malfeita. Isso já cria uma grande realidade de como os usuários de drogas, com a utilização em excesso, poderiam ficar. Em segundo lugar, o medo dos moradores da comunidade perante a polícia. Esse fato é extremamente interessante, principalmente relacionado a repressão que acontece realmente da polícia militar em várias favelas e a demonstração da insegurança dos moradores, com os traficantes e a polícia é extremamente bem-feita. Em terceiro, sobre a exclusão social e moral que as favelas passam na sociedade. É extremamente interessante as falas da repórter fora do ar preocupada se os zumbis iriam chegar na zona sul (área rica da cidade) e a preocupação do prefeito de chegarem nessa parte rica, chegando a ordenar para os policiais que fechavam a favela de matarem qualquer um que vissem pela frente. Todas essas críticas empregadas já criam algo mais interessante e que melhora na leitura do livro.
 Continuando sobre a leitura, Julio Pecly escreve extremamente bem e de uma maneira bem crua, ou seja, bem realista. Assim, é possível se conectar por dentro da leitura muito rapidamente e de maneira bem incisiva, mas talvez esse fato leve ao grande problema do livro: seu ritmo. A obra é bem pequena, cerca de 160 páginas, mas, depois do ápice inicial, ela fica num morno até seu final, com alguns momentos de grande pico. Dessa maneira, a leitura fica bem cansativa, mas é até de certa forma recompensante, pelo seu final espetacular. Outro detalhe negativo é a grande quantidade de personagens e pontos de vista desses. Fica um pouco embolado e enjoativo, além de não levar apatia por nenhum desses. As mortes acabam, pelo fraco desenvolvimento, sendo um pouco fracas. O grande ponto, nesse sentido, é um possível mal desenvolvimento da crítica colocada, que, se fosse mais bem trabalhada, seria melhor.
A publicação foi realizada pela Editora Leya no seu selo de fantasia Casa da Palavra. A edição é bem caprichada e possui uma bela capa escolhida, além do belo acabamento dado no Z do título. O único fato negativo foram as linguetas que, muito grandes, amassam com muita facilidade.
Cidade de Deus Z retoma um dos pontos mais interessantes que veio de início com obras da temática zumbi: a crítica social. Só por esse ponto, o livro sobe em muitos aspectos, mas a grande questão é que desliza de uma maneira um pouco mais forte em outras, mesmo assim, é uma grande leitura e deve ser apreciada.

Nota: 7,3/10

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Review Doctor Who S9x05 – The Girl Who Died



E se você descobrisse que a morte é uma habilidade? Um dom mesmo, como bem ensina o texto bíblico. Talvez um dos grandes dons que a humanidade possui. E algo que é cruelmente negado a um Senhor do Tempo. Ser imortal não é viver para sempre, mas assistir todos a sua volta morrerem. O tema morte mais uma vez bate na porta dessa nona temporada, garantindo que tenhamos uma reflexão mais precisa sobre o termo.
Escrito pelo showrunner Steven Moffat em parceria com Jamie Mathieson, veterano no seriado, além de responsável pelos excelentes episódios Mummy on the Orient Express e Flatine; temos um episódio que estruturalmente é similar a episódios como Robot of Sherwood. E nos traz também nuâncias ao conto do universo expandido em A Lança do Destino, de Marcos Sedwing.
Em The Girl Who Died observamos claramente como o Doutor encara a morte. Uma habilidade. A única que ele não possui, e que, ao que tudo indica, é algo que ele irá perseguir incessantemente até conseguir dominar. E essa busca logo deve se relacionar de algum modo ao disco de testamento mostrado no primeiro episódio, se inicia a partir desse capítulo da longa vida do Senhor do Tempo, que já viveu tantas vidas e já perdeu tempo, com a morte de uma garota viking chamada Ashildr, vivida por Maisie Williams (Game Of Thrones).
Muita expectativa foi gerada em torno da participação de Maisie Williams nessa temporada de Dr. Who. Afinal, teríamos a participação de uma célebre – e talvez a única com cérebro de verdade – Stark e Westeros. As especulações davam conta que ela poderia ser alguém ligada ao passado do Doutor ou mesmo do Mestre. Quando a temporada se iniciou revisitando as origens do Senhor do Tempo, seus antigos inimigos, e sua fuga de Gallifrey, essas especulações ganhavam mais força. Mas nenhuma delas se concretiza nesse episódio.
A situação dramática da “invasão extraterrestre” é amplamente usada no universo Who, o que, em certos momentos da narrativa, nos traz sensações de dejá vu. Percebam que o problema inicial apresentado, a Invasão dos Mire, é facilmente solucionado. O que torna o roteiro de Moffat e Mathieson interessante é como elementos da cultura viking são usados para solucionar o caso.
Contudo, não deixa de ser um episódio que retorna ao passado do Doutor. Questões sobre a fuga de Gallifrey são mais uma vez trazidas à tona e finalmente a referência à primeira participação de Capaldi na série é explicada. Na verdade, trata-se de um dos grandes momentos do episódio. Quando o 12º Doutor surgiu pela primeira vez na temporada passada, ainda um tanto quanto desnorteado, ele se perguntava acerca do porquê de ter escolhido aquele rosto, um rosto familiar. Com mais um daqueles momentos referenciando Doutores anteriores vemos David Tennant, O Décimo Doutor, por um breve minuto dialogando com Donna sua companion sobre salvar uma vida. A princípio parecia ser apenas algum tipo de piada interna, uma referência ao fato de Capaldi ter interpretado um coadjuvante no episódio The Fires of Pompeii. Mas parece que Moffat tinha de fato algo planejado desde antes, que apenas agora veremos se desvelar.
Como já havia citado nas reviews anteriores sobre a maturidade do relacionamento de Clara com o 12º Doutor tem estado cada vez mais orgânica e fluida. Portanto o roteiro deste episódio não perde a chance de dar pinceladas de como a relação entre Clara e o Doutor está mais madura e profunda. Em vários momentos, vemos o Doutor dizer o quanto Clara é importante para ele. De fato, gostando ou não, Clara tem um peso dramático muito importante dentro da série, não só por ser A Garota Impossível, mas é através dela que o roteiro a usa para lembrar ao Doutor o por que ele escolheu aquele rosto, e em uma excelente montagem da direção de Bazalgette, temos referências a Fires of Pompeii e o Doutor se redescobrindo como herói.
Porém, Moffat e Mathieson não nos deixam esquecer que toda ação gera uma reação e, ao salvar Ashilrd, somos novamente apresentados a estrutura de seres híbridos, como em The Witch´s Familiar. Seria esta a ligação para o que poderá acontecer à Clara? Seria uma referência direta ao encontro com Davros no primeiro episódio dessa temporada e à profecia citada por ele envolvendo o já ameaçador “híbrido”? Se a personagem de Maisie Williams, a corajosa garota viking Ashildr, virá a ser a temível criatura da profecia citada por Davros, isso ainda está para ser visto. Mas sem dúvida alguma é uma personagem que tem grande potencial que poderia retornar em outros momentos, talvez até como um novo antagonista, eternamente atormentado pelo agridoce presente que o Doutor lhe concede ao fim do episódio.
Vale lembrar sobre os momentos poéticos, quando, por exemplo o Doutor fala mais uma vez a língua dos bebês. Peter Capaldi, claro, mais uma vez arrebentando na intepretação fazendo de todo o resto do elenco quase que um penduricalho a lhe acompanhar. Além do que, Maisie Williams não está mal. Ela tem também bons momentos e bons diálogos com o Doutor.

Mais uma vez temos um episódio em duas partes, e essa parece ter sido uma ótima ideia dos produtores nessa temporada. Episódios em duas partes ajudam a quebrar a estrutura de “monstros da semana”, e dão espaço para se aprofundar melhor em personagens e a desenvolver melhor boas tramas. Esse episódio, assim, na verdade parece funcionar mais como uma preparação para a sua segunda parte – “The Woman Who Lived” – que promete ser melhor do que a primeira parte em densidade e relevância.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Podcast #18 Por que Assistir Doctor Who



Aqui discutimos sobre o porque Doctor Who, considerada a série mais antiga viva deve ser assistida. Comentamos sobre seus personagens, sugerimos por onde começar e mencionamos algumas curiosidades. Tratamos com cuidado ao falar sobre a série clássica e a moderna. Para tratar melhor o caso, convidamos Freddy Pavão do site Doctor Who Brasil.

Site para conhecer mais o trabalho do nosso amigo Freddy. Nele irá encontrar reviews semanais, episódios para baixar, além de podcasts pertinetes sobre o seriado: http://doctorwhobrasil.com.br/

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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Review Doctor Who S9x04 – Before The Flood



Fantasmas à bordo numa instalação de minério subaquática, nada mais justo para mais um cenário aventuroso para o Doctor e sua companion Clara. Em Under The Lake tivemos a chance de presenciar o desenvolvimento da maturidade em que se encontra a relação do 12º Doutor com Clara, portanto nesse desfecho de arco temos a reflexão sobre a mortalidade.
Toby Whithouse é o homem por trás do roteiro desse arco, o que antes de mais nada é seguro dizer que ele cumpriu o que prometeu no capítulo anterior. Tivemos uma sólida base no drama e personagens que se desenvolveram e foram relevantes do início ao final do arco. Before The Flood conseguiu encerrar de maneira cirúrgica e pontual cada detalhe que abrangeu, interligando os pontos, não obstante, acrescentando alguns que serão utilizados depois.
Uma das maiores conquistas desse arco está na primeira cena deste episódio, onde Peter Capaldi quebra a quarta barreira, dialogando com o público sobre sua estratégia, que um dia fez história. Após viverem uma série de aventuras Clara e o Doutor agora devem procurar entender o que houve antes da inundação. Enquanto Under The Lake foi um capítulo voltado ao quase horror pela ameaça fantasmagórica, Before The Flood possui uma atmosfera sci-fi, quando observamos o Doutor criar uma intervenção na linha temporal. Quando um acontecimento não poderia acabar diferente da forma que começou. Ou seja, temos o famoso Paradoxo de Bootstrap como centro da questão. Em que a pergunta desferida no início do episódio serve de exemplo perfeito para o desenvolver da trama: “Quem, de fato, compôs a 5º Sinfonia de Beethoven? ”
Constituída com bastante competência é notável a dinâmica do elenco para com a conclusão do roteiro. Onde o episódio 4 ocorre antes do episódio 3; entretanto, os eventos do episódio 4 só foram possíveis porque o Doutor os viu acontecendo no episódio 3. Por essa razão a coerência com o exemplo de Beethoven veio tanto a calhar para o meio narrativo.
Volto a pontuar sobre o espaço para a linguagem de sinais, na personagem Cass (Sophie Leigh Stone) oferecendo um papel de respeito. Pois aqui vemos momentos que ela teve sem a presença do tradutor Lunn (Zaqi Ismail). Onde apenas Cass e Clara estão presentes em cena, sem legenda para o que Cass tenta passar como informação. Isso demonstra o lado humanitário que vale a pena ser mencionado, por demonstrar solidariedade e a consciência de que a linguagem dos sinais é uma língua como nenhuma outra. Isso mostra como Doctor Who é uma série sem medida, por esses e outros detalhes que desperta sua magia e interesse do público.
Vale lembrar sobre a participação de Corey Taylor, vocalista da banda Slipknot e Stone Sour, que fez com propriedade o urro do Rei Pescador (Fisher King). Onde temos mais dois papéis, um para um suit actor vestir o figurino da criatura e outro para dublagem da mesma. Em outras palavras, três pessoas para apenas um personagem, o que demonstra a qualidade da equipe de produção. Sem mencionar a cena em que o vilão com seu design bárbaro tem um diálogo com o Doutor, de forma imponente e ameaçadora desferindo frases como: “Você ainda está preso na sua história, ainda protegendo o tempo como um escravo. Disposto a morrer ao invés de mudar uma palavra do futuro. ” Traz uma beleza estética impressionante, tornando este um dos melhores takes do capítulo.

A abertura na versão rock foi outro fator determinante para mais um detalhe que colaborou para um episódio bem dirigido, tremendamente bem escrito, inteligente e ao mesmo tempo um pouco angustiante. Before The Flood deu uma aula sobre cinema, mudando a locação, alternando entre uma fotografia destoante para uma mais sensitiva. Certamente um arco a ser lembrado, pela sua supremacia na forma de construção e finalização. 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Crítica Perdido em Marte (filme)

Ridley Scott é um dos grandes diretores da história da ficção-científica para o cinema. Com Alien e Blade Runner, ele colocou seu lugar como um dos grandes gênios do cinema nesse gênero. Assim, depois de um longo período com filmes bem fracos (destaque para o fraquíssimo Prometheus), o diretor volta a realizar uma grande obra, digna de ser assistida.
O longa conta a mesma estória do livro: o astronauta Mark Watney se perde da tripulação após um acidente e fica preso em Marte, após uma expedição fracassada. Assim, ele tem que aprender e conseguir sobreviver enquanto tenta entrar em contato com a Terra para conseguir seu resgate do planeta vermelho.
Se deve começar analisando esse longa por dois pontos principais: a direção e as atuações. Sobre a primeira, ela é fantástica. Ridley Scott consegue criar uma atmosfera perfeita nos planos. A utilização de muitos planos abertos ajuda muito para dar a dimensão da magnitude do local e no quão pequeno os personagens são para aquela situação/aqueles lugares. Sobre a segunda, todas são geniais. Matt Damon está em seu melhor papel da carreira. Ele consegue passar todas as nuances e faces possíveis de Mark Watney, além de conseguir levar bem toda a trama com seu grande senso de humor, algo que está perfeitamente bem encaixado na obra. Além dele, o elenco conta com: Jessica Chastain, Jeff Daniels, Kristen Wiig, Sean Bean, Kate Mara, Sebastian Stan, Michael Peña, Donald Glover, Chiwetel Ejiofor e outros. Todos excelentes atores e com sensacionais atuações. O grande ponto é que o erro do filme, que está no roteiro, se baseia nesse ponto. São muitos personagens, com grandes atores e com pouco desenvolvimento. É sabido bem pouco da história de cada um desses personagens secundários e parece, muitas vezes, que alguns estão um pouco sem nexo. Claro que o filme tenta dar um grande momento para cada um deles, mas de uma forma bem subaproveitada. De resto, o roteiro é bem interessante e cumpre de uma boa forma seu papel.
Sobre as partes mais técnicas, o longa se sai excelentemente bem. A fotografia Dariusz Wolski é espetacular e cria toda uma ideia maior de imersão no telão. Ela possui tons pastéis, com total sentido devido a cor de Marte. Os efeitos visuais e especiais dão um complemento perfeito a toda a trama. Sem dúvida, haverá indicação ao Oscar para esses efeitos técnicos do longa. Por fim, a trilha sonora é um caso à parte. Ela possui parte diegéticas (que tocam dentro do filme) e não-diegéticas. A parte instrumental consegue criar toda uma atmosfera perfeita para a trama, principalmente no clímax final. Já nas partes de músicas reais, elas se encaixam perfeitamente. Lembra uma ideia um pouco de Tarantino, na qual a letra das músicas tem um sentido narrativo. Destaque maior para Starman de David Bowie.
O final do longa é grandioso, essa é a melhor palavra. O clímax cria uma tensão fantástica e, devido a toda experiência, é devidamente recompensador. Logo depois, existe uma parte posterior que dá uma finalização bem melhor do final anticlimático que o livro proporciona.
Perdido em Marte é um dos grandes filmes desse ano de 2015. Ele possui tensão, ação, aventura, drama e comédia, cada um em seu ponto essencial. Mesmo com sua falha em relação a grande quantidade de personagens mal desenvolvidos, tudo de resto que é possível ser visto em tela cria uma maior imersão e senso de felicidade ao assistir o longa.

Nota: 9,0/10

Crítica Perdido em Marte (livro)

CONTÉM SPOILERS LEVES DO LIVRO
Livros com a temática de espaço são feitos em grande quantidade, de pessoas perdidas também, mas esses dois elementos juntos sempre foi um elemento bem pouco utilizado. Ele ocorre geralmente no meio de obras para caracterizar algum personagem ou um resgate. Assim, Perdido em Marte vem como uma obra diferente do que se vê atualmente. Um ficção-científica com muita realidade científica e muita diversão.
O livro conta a estória de Mark Watney, um botânico que vem junto com sua tripulação para uma exploração de Marte. Após uma tempestade de areia, ele se vê preso e é dado como morto. O grande problema é que Mark está vivo e precisa agora sobreviver no planeta vermelho em busca de realizar contato com a Terra e ao mesmo tempo dar um jeito de continuar a viver.
O escritor Andy Weir é um grande achado da literatura ficcional atual. Poucos são os escritores que conseguem passar a tensão tão bem em cenas, muitas vezes, tão simples. O mais interessante disso é que esse é o primeiro livro longo do autor! Além disso, ele consegue criar a apatia logo de cara com o grande protagonista do exemplar com um fato extremamente inusitado: pelo seu humor. Mark é um personagem extremamente engraçado e se utiliza disso como fonte de não acabar pirando nessa situação e também como uma forma de divertimento pessoal que ele possa ter. É interessante observar também que Watney busca voltar para a casa pelo fato de realmente permanecer vivo, pois não tinha ninguém que lhe esperasse (no livro ele cita sua família, mas é mostrado de uma maneira bem fraca), algo até de certa forma parecido com o filme “Gravidade”. A escrita nas cenas de maior calmaria também é fantástica devido ao grande detalhamento. Muitos termos científicos são utilizados, um por cima do outro, mas são de maneira concisa, criando uma certa ideia de sentido para a utilização destes. Apesar disso, é inevitável para os leitores com pouco conhecimento nessa área científica procurarem certos termos e siglas no Google.
A obra tem alguns problemas que afetam muito a maneira da leitura geral. O primeiro ponto é a grande quantidade de situações na qual ele se salva de maneira muitas vezes fácil demais. É possível compreender um pouco mais esse fato devido ao senso de perigo total que o protagonista passava (ele poderia morrer facilmente em qualquer erro), mas nada impediria que certos erros, falhas e consequências delas ocorressem e sejam sentidas no decorrer da narrativa. Em segundo lugar, vai em relação a ele ter se mantido estável durante a jornada do roteiro. Esse fato pode ser explicado pela comédia e atividades na qual ele realiza que ajudam a manter a sanidade, mas, mesmo assim, o tempo é muito grande e isso não se explica tão bem. Por último, o final. O livro tem um final totalmente anticlimático, após uma grande cena. Isso pode gerar divergências, mas a maioria dos leitores não deve curtir tanto.
Falando positivamente do final, ele tem um grande acerto: um dos grandes clímaces que qualquer um poderá ler. Toda a tensão impregnada é simplesmente brilhante e é impossível não parar de virar as páginas. O grande ponto é esse: quando se espera o algo a mais, a estória simplesmente acaba.
O livro foi lançado pela Editora Arqueiro ao preço de 39,90. O preço de capa é um pouco caro e é mais recomendável uma leitura por e-book, pois o preço fica mais em conta. A edição é bem caprichada e sem erros de tradução. Minha nota vai apenas para a Editora Arqueiro que, após o filme começar a chamar atenção, colocou à venda apenas os exemplares com a capa do filme e parou de fabricar a normal, que é bem mais bonita.
Perdido em Marte é um dos livros mais tensos, instigantes e interessantes dos últimos anos, apesar de não ser um excelente livro. Tem seus vários e vários acertos, mas seus erros abalam um pouco numa leitura melhor. Andy Weir ainda tem um grande caminho pela frente, mas precisava arriscar mais nesse, algo que ele não fez, mas vale muito a leitura.

Nota: 8,4/10

Podcast #17 O Homem do Castelo Alto




Nesse poscast tivemos um papo saudável sobre a questão da ficção científica e o que é o ser humano, o que de fato é real e irreal. Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos Nazistas. O mundo vive sob o domínio da Alemanha e do Japão. Os negros são escravos. Os judeus se escondem sob identidades falsas para não serem completamente exterminados. Ao apresentar uma versão alternativa da história, o autor levanta a questão - 'O que é a realidade, afinal?'
A um passo de termos uma série de TV produzida pela Amazon, que está programada para estrear ainda esse ano. Illuvatar, Diogo, Renata e Fábio (Escritor da Editora Draco) discutem o valor dessa obra de Philip K. Dick.

Link para acesso a Editora Draco: http://editoradraco.com/

Link para downalod: https://mega.nz/#!cEhFhQbB!q4lSrRBCs84IFr4T78grFquTYzFxnJz-o9dTQu8-P88


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domingo, 11 de outubro de 2015

Crítica The Reflektor Tapes

Bandas de grande sucesso acabam sempre investindo em documentários. Essa ida ao cinema para uma demonstração de algo diferente acaba entrando, muitas vezes, no comum, principalmente no meio indie. A grande banda, uma das melhores da atualidade, Arcade Fire, já havia investido em “Mirror Noir”, que contava sobre a gravação do segundo álbum de estúdio do grupo: Neon Bible. Agora, eles vêm com algo completamente novo, diferente e totalmente Arcade Fire.
O longa documental foca basicamente na estória e nos bastidores da criação do último trabalho da banda: o álbum Reflektor. Foca na maneira de criação, na interação entre os membros e em alguns shows que rondaram durante o tempo dessa produção.
Se pode começar uma análise desse filme coma direção de Kahlil Joseph (seu primeiro filme como diretor). Ele utiliza uma estética totalmente louca e inesperada de se observar em qualquer documentário comum, mas como se trata de uma das bandas mais diferentes e inovadoras da última década, não é de se esperar muito diferente. Ele utiliza muitos contrastes de luz, cor, passagens do colorido para o preto e branco e etc. Uma verdadeira alucinação.
Se segue com o roteiro, que é extremamente confuso. Ele não sabe direito para onde e no que quer focar e, em muitos momentos, perde bastante tempo em situações que o espectador poderia ver mais sobre o processo criativo do álbum. Aliás, esse é um ponto extremamente falho do longa: pouco abordar a criação de Reflektor. Ele foca em alguns momentos na viagem para o Haiti e a Jamaica que a banda realizou em busca de novos sons, na utilização de estilos híbridos, na frase de livro que serve um pouco para a filosofia em torno da obra e outros, mas de maneira muito curta e simples. Seria muito mais interessante acompanhar algumas cenas sobre o trabalho artístico nas letras e na melodia, do que simplesmente algumas músicas de outros Cds em determinados shows.
Nas partes mais técnicas, a edição de som é talvez o grande destaque de todo o longa. A utilização da trilha sonora de músicas da banda é utilizada de uma maneira bem inteligente e buscando o espaço máximo da sala de cinema, com o poder de todas as caixas de som. Os cortes nas vozes e nos instrumentos, em alguns momentos, também cria uma atmosfera interessante. O grande problema nesse ponto é a não utilização de uma música completa da banda, é visível a falta que faz. A fotografia também possui um trabalho bem interessante, principalmente na utilização das cores, como citado acima. Além disso, a construção dos planos mais para o final do longa, criam uma atmosfera bem interessante.
Após a exibição do filme, uma pequena entrevista realizada com 3 integrantes do conjunto musical (Win Butler, Regine Chassagne e Richie Perry) dá um maior entendimento para o toque que quiseram realizar nesse filme. Explicam a utilização de certas cenas e a loucura, principalmente protagonizadas por Win, em outras. Serve como um perfeito complemento e para um aprecia mento melhor dessa obra.
“The Reflektor Tapes” é um dos documentários mais diferentes realizados com bandas. O Arcade Fire consegue inovar para onde quer que vá, seja na música ou no cinema ou numa mistura dos dois, algo devidamente impressionante. Apesar disso, essa inovação nem sempre vem em um caminho que os fãs da banda, nem que um documentário muito bom poderia levar. Definitivamente o espírito de “Reflektor”  não apareceu aqui.

Nota: 6,1/10

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Crítica do livro Academia Jedi

A literatura infantil, ou seja, livros com uma temática mais infantil para Star Wars têm crescido bastante. Cada vez mais se vê exemplares assim, mas, em suma maioria, totalmente genéricos. Assim, a editora Aleph lançou “Darth Vader e filho” e “A princesinha de Vader” do escritor Jeffrey Brown, que são estórias mais curtas, mas decidiu lançar “Academia Jedi”, algo mais longo, mais divertido, interessante e uma ode de amor a Star Wars.
A estória do livro é sobre Roan Novachez, um garoto que mora em Tatooine e tem o sonho de ir para a Escola Secundária Academia de Pilotos e se tornar o maior piloto estelar de todos, mas acaba não sendo aceito e sendo convidado para adentrar na Academia Jedi e vivendo de tudo lá dentro.
Se deve começar falando sobre o estilo de escrita do livro. Ele não tem um narrador, mas maior parte da narrativa se passa em primeira pessoa, na visão de Roan. Apesar disso, várias e várias partes possuem escritos acadêmicos, desenhos dele, cartazes, partes do jornal escolar e etc., ou seja, certas partes são em formato de quadrinho, outras de uma escrita normal, outros de desenhos.  Assim, se torna extremamente interessante a maneira como é criada toda a construção da estória e o interesse do leitor se aprofunda cada vez mais por adentro do universo criado.
Segue-se com a escrita de Jeffrey Brown, que é extremamente fascinante. O autor consegue passar toda a magia de viver por dentro do universo e cria uma trama extremamente divertida. Piadas e mais piadas hilárias (todas de Roan com o Yoda e os desenhos dos Ewoks são as mais engraçadas) e muito envolvente. O livro, por ser pequeno e totalmente ágil, é muito tranquilo de se ler. Dá para acabar em um dia, sem maiores dificuldades. Apesar disso, a vontade da releitura o mais rápido possível vai bater sem muito demora.
Os desenhos, de Jeffrey Brown também, servem de forma perfeita para complementar toda a estória. Ele possui um traço bem leve e cartunizado. Os desenhos complementares, que na estória são desenhos de Roan, servem muito bem para a narrativa e para a comédia também. A estratégia desse autor de não realizar nenhuma forma de colorização se torna ainda melhor, pois toda a trama é baseada em um diário do protagonista e, se ocorresse alguma cor, poderia não fazer tanto sentido no contexto.
O livro foi publicado pela Editora Aleph ao preço de 39,90. Apesar do preço um pouco salgado, tudo na obra vale a pena. O capricho da editora na capa dura (e que belíssima capa!) ainda aumentam mais a qualidade de todo o material e, por consequência, o preço. A tradução de Isadora Prospero acontece sem nenhum erro e de maneira muito boa.
“Academia Jedi” é um dos grandes livros/quadrinhos que qualquer um poderá ler esse ano. Possui uma grande estória, ótimos desenhos, muitas risadas e uma diversão absurda. Para os fãs do universo de Star Wars, vai ser uma das coisas de maior diversão que poderá ler desse universo e, para os que não são fãs, é uma ótima leitura de iniciação. Uma das melhores coisas lançadas no ano.

Nota: 10/10

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Blindspot em alta e Minority Report em baixa: Conheça as melhores e piores novidades da Fall Season 2015



Números de audiência nos Estados Unidos revelam os sucessos e fracassos dentre as séries estreantes. Pesquisa ainda revela retorno de queda para CSI: Cyber e crescimento de Empire.

O outono norte-americano chega e a fall season inaugura um novo ano para as séries nos Estados Unidos. Num mercado crescente e de forte competição com as mais variadas atrações, duas semanas são tempo suficiente para antecipar sucessos e fracassos, especialmente em se tratando de séries estreantes. Assim, o site The Hollywood Reporter fez um levantamento sobre as novidades que estão dando certo e errado na temporada 2015-2016. Surpresas inclusas.
Blindspot é um exemplo. O suspense estrelado pela bela Jaimie Alexander como uma mulher que acorda nua, sem memória e repleta de tatuagens com significados ocultos estreou para 10 milhões de espectadores e obteve resultados ainda melhores na segunda semana. O crescimento de audiência em DVR três dias após a sua exibição é de 63% e a série (que não teve um marketing maciço de blockbuster televisivo) marca 4.5 de média entre o público predileto dos anunciantes, entre 18 e 49 anos.
Diante de tais números, é fácil constatar o verdadeiro fracasso de Minority Report. O reboot televisivo da aventura sci-fi estrelada por Tom Cruise apresentou 1.7 de rating após três dias de exibição em DVR (menos de um terço em relação à concorrente de sucesso na NBC). O terceiro episódio seguiu em queda e sua exibição original marcou apenas 0.7 de média — o que já coloca o futuro da série procedural de Max Borenstein em xeque na Fox.

A força do DVR nos Estados Unidos tem sido uma alternativa para séries com audiência de noite de estreia razoável, como aconteceu com Scream Queens (série da Fox com crescimento de 59% em DVR) e Heroes Reborn (NBC, 60%), além de ter alavancado a já ótima audiência da surpreendente Quantico (ABC, 63%). Porém, o gráfico também mostra que mesmo relevantes taxas de streaming após a trasmissão original não salvam grandes fracassos, casos de Blood & Oil (ABC, 36%) e The Player (NBC, 52%).
A completa reportagem realizada pelo THR apresenta outros dados interessantes. Dentre as estreantes, Code Black teve uma ótima recepção no Twitter e tem uma projeção otimista de crescimento nas próximas semanas.Os Muppets, por outro lado, recebeu 28% de taxa de aprovação, o que indica a necessidade de mudança para que sua boa audiência não apresente estagnação ou queda ao longo da primeira temporada.

"As semanas três e quatro são muito mais improtantes que a primeira", diz o analista de redes sociais Brad Adgate, justificando a relevância de seu trabalho. Um exemplo utilizado por ele é o de Empire, que estreou bem e, graças ao buzz positivo, seguiu crescendo vertiginosamente ao longo de todo o seu primeiro ano. Os efeitos desse crescimento se refletem na segunda temporada, numa alta de 64% de audiência. Desempenho às avessas foi constatado em CSI: Cyber, que caiu 45% em relação ao seu primeiro ano.
Por fim, a pesquisa revelou um dado espantoso: em apenas quatro anos, a queda de audiência dos dias de estreia das séries nas quatro grandes emissoras abertas dos Estados Unidos chegou a quase 30% —  o que só não é tão alarmante porque reflete a popularidade do DVR nas casas dos norte-americanos.

Review Doctor Who S9x03 – Under The Lake


OBS: Se você não acompanha Doctor Who não leia, pois conterá SPOILERS

Após o arco dos Daleks ter sido ‘concluído’, adentramos em águas desconhecidas. Um capítulo que a primeiro momento não mostra potencial, mas seu desfecho prova seu brilhantismo. Escrito por Toby Whithouse, autor de episódios como: A Town Called Mercy, The God Complex e The Vampires of Venice (todos com Amy e Rory). Vemos Toby cutucar no ponto que diz respeito a identidade do Doutor e o complexo caso da nave alienígena em uma base aquática repleto de fantasmas.
Por mais que o caso envolva o usual termo fantasmas, não se desaponte, pois pode parecer óbvio, mas a grande sacada aqui é se perguntar: O que é um fantasma? Alguém sabe? Bem Doctor Who dessa semana trata de explicar sobre a comunicação dos mortos que não se aplica somente a vida terrena, mas a todo universo e seu espaço sideral.
O thriller da tripulação ‘caçada’ por fantasmas é entusiasmante a ponto de querermos saber o que de fato ocorre/ocorreu naquele lugar. Uma observação em relação a personalidade do 12º Doutor está na nítida cena em que Clara remexe uns cartões de autoajuda, afim de ajudar o velho alienígena a lidar com situações sociais e mostrar mais respeito ao falar sobre morte, ainda mais quando se tem uma delas entre os seus ocorrida recentemente.
A escuridão, a espada, o abandonado e o templo. Coordenadas para o desconhecido passado dos fantasmas, uma cena inteligente que não só explica parte do que se precisa saber, mas ao mesmo tempo levanta ainda mais questões. Como: será mesmo que o piloto da espaçonave alienígena está naquela câmera de animação? E porque o Doctor pressentiu que o piloto não está de fato lá dentro. O que há lá dentro? Respostas ou mais perguntas?
Um adendo sobre a personagem surda é importante de ser dito aqui, que a presença dela nesse elenco foi fantástica, uma verdadeira saída genial. O que sem ela muitas das respostas não seriam respondidas ou sequer começadas a ser perguntadas. O que trouxe ainda mais força para o arco, seus personagens secundários e seus detalhes. Do rapaz que gesticula os sinais da tradução a própria comandante surda.
Quando o grupo se separa, o doutor resolve voltar no tempo para quando pousaram a Tardis na base subaquática. A questão vem ao percebermos que na verdade o doutor deixou tudo na mão de Clara. Ou seja, Whithouse pretende dar mais espaço a personagem em Before The Flood, na continuação do arco que segue na semana que vem.
Visto que tivemos um começo de temporada com os Daleks é possível que eles voltem a assombrar o Doutor ao final desta. E a situação se tornar mesmo pesada, com um drama denso para um trágico final de Clara, que se sabe que vai se despedir. Missy brincou com os sentimentos dela uma vez, pode retornar para terminar o que começou. Quem já está com saudades da sonic screwdriver? Pode falar, glasses are cool but... não tiram o charme e delicadeza da chave sônica. 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Review Fear The Walking Dead S01x06 FINAL – The Good Man


Agarre-se a vontade de viver, dê mais um passo, siga em frente. Ou para o expectador agarre-se a uma almofada pois esse foi o final da primeira temporada de uma minissérie que já deixa saudades. Quando anunciaram o spin off de The Walking Dead, era de se imaginar algo diferente e precedente ao carro chefe da série principal. Mas quem imaginaria ser tão digna quanto a principal.
Em The Good Man tivemos tempo para cada núcleo se desenvolver, o que ao final é o que se espera. E percebe-se que o nome do capítulo que dará desfecho faz jus ao nome, pois tudo nesse final flui de acordo com a decisão tomada por Travis no início do episódio. E termina com ele. Aqui tivemos a invasão ao complexo, ao resgate de Nick e Liza. Pontos sutis e importantes pipocam nessa parte. O primeiro deles é a sutileza da cena em que o grupo de Maddy e Travis deixa sua casa e percebe uma família vizinha a jantar como se não estivessem à beira do apocalipse. Em seguida a cena de Liza e a doutora Exner quando se chega a conclusão de que a ajuda não virá (algo que lembra a Lost), ou seja, para onde ir, mesmo que escape.
A construção dinâmica da cena em que Daniel Salazar caminha calmamente até a entrada do complexo e alerta aos guardas que não gastem balas com ele. E aponta para o exército de dois mil zumbis, que ele soltou do estádio. Particularmente esse momento economizou tempo com diálogos inúteis partindo direto para o que interessa, sem delongas.

Apesar de pouca participação, a cena em que Alicia e Chris são abordados por soldados poderia ter terminado bem pior se fosse uma série da HBO. Mas como estamos falando da AMC a cena termina com um nocaute, que deixa no ar se eles irão ou não encontrar o grupo novamente. Quando vemos a transformação de Travis vir à tona, quando a confiança é quebrada e uma grave consequência do ato de confiar é violado. Pois claramente o princípio da mudança do personagem ocorre em Cobalt, quando se põe em cheque a discussão sobre o uso das armas. Não deixa de se levar em consideração o momento atual americano sobre o debate da posse ou não de armas que voltou aos jornais e televisões do país, com um novo atentado dentro de uma escola. É como se as armas tivessem vencido a discussão, ainda que Travis tenha motivos de sobra para puxar o gatilho.
Ao conseguir resgatar Nick e seu novo amigo de terno (Mr Strand), o grupo liberta os presos não transformados. E a história toma rumo graças a Strand, que possui uma casa de praia, que foi o plano de fundo para conclusão de alguns personagens. Liza indica que ama o filho, nesse momento percebe-se que algo não está certo. É quando Maddison a segue pelos rochedos e ela mostra que foi mordida. Antes mesmo que a Maddy puxasse o gatilho, os roteiristas deram essa chance a Travis para evidenciar ainda mais sua mudança como personagem.



A primeira temporada de Fear mostra capaz de entreter, com bons personagens, aquele drama familiar funcional, que de fato obteve sucesso ao desenvolver seus personagens sem forçar ou abusar demais. As perguntas que ficam são: Para onde Abigail levará nosso grupo principal? Strand é de confiança? Podemos esperar pessoas frias e mais preparadas? Em algum momento eles irão para o deserto? Bem teremos de aguardar uma segunda temporada, afinal "O único modo de viver num mundo louco é abraçando a loucura".
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