quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Cobertura CCXP 2015 - Quinta e Sexta (Ilúvatar)

Ir em um evento de cultura nerd e pop aqui no Brasil era uma das coisas mais complexas que poderiam acontecer antes de 2014. Pouquíssimos eventos e muito mal organizados, na qual a maioria inclusive nem continuava. Os eventos focados para o público de otakus eram o grande meio de arrecadação do público nerd. Mas aí veio a CCXP, com uma ideia totalmente diferente de criar uma experiência das grandes Comic Cons do mundo todo com um DNA brasileiro, como os próprios organizadores do evento disseram. O público brasileiro é um dos mais queridos pelos artistas e personalidades do mundo todo. Desde bandas, quadrinistas, diretores e atores, é impossível não se sentir contagiado com o carinho que os fãs brasileiros possuem. Assim, isso é a CCXP: a junção no que tem nas Comic Cons pelo mundo, com o entusiasmo do Brasil.
Na quinta-feira, entramos mais cedo como imprensa e antes da entrevista coletiva pudemos dar uma volta geral por todo o evento. Era cada estande mais incrível que o outro. A Disney veio com peso com um estande bem grande de Star Wars (com a contagem regressiva para o filme), estandes com filmes da Pixar e uma piscina de bolinhas gigante de “Procurando Dory”. O Netflix também veio com um estande gigante onde tinha desde karaokê com algumas músicas das séries do canal de streaming, uma lojinha, um jogo de controle mental do Killgrave até exposição de estandes de roupas dos seriados. Falando em exposição, o gigante estande da Warner também estava bem interessante e teve algumas rodas de conversa bem interessante, além de demonstrações dos figurinos originais de Batman vs. Superman e da série de TV Arrow. O estande da FOX também deu suas caras com um painel gigante de Deadpool e distribuição de um pôster exclusivo do evento de X-men: Apocalypse. A Panini também deve ser destacada com um estande imenso e muitos lançamentos exclusivos no evento (e que acabaram bem rápido, inclusive). Por fim, é importante falar sobre o Artist’s Alley. Talvez o lugar mais legal e bacana de andar na CCXP. Com um espaço enorme, muito bem organizado e, pelo que foi falado de quem foi no ano passado, muito maior. Era possível encontrar quadrinistas nacionais que queriam expor seu trabalho, grandes nomes nacionais pelas Graphic MSP (as filas de Vitor e Lu Cafaggi eram gigantes!), grandes nomes nacionais que fazem muito sucesso lá fora, além dos grandes nomes internacionais que vieram para o evento como Esad Ribic, Mark Waid, David Finch, Meredith Finch e etc. Era possível ver o grande Sidney Gusman circulando pela área toda hora, o que deixava tudo mais pessoal e mais divertido. Era impressionante a atenção e compaixão de todos os quadrinistas no espaço, foi, com certeza, o lugar mais legal de todo o evento.
No primeiro dia, logo que foi liberado para a imprensa, houve uma grande coletiva de imprensa. Foi bem interessante a quantidade de credenciais distribuídas para blogs e canais no youtube, algo bem bacana da CCXP realizar. Na coletiva estavam presentes para responder as perguntas os idealizadores do grande evento. Foi falado bastante sobre o tamanho maior do auditório principal (realizado em parceria com o Cinemark) e os menores, além do aumento considerável do espaço e dos estandes. Além disso, foi dito sobre a grande atenção que o Netflix deu para o Brasil, pois foi o único país do mundo a receber um estande e painéis do canal de streaming. Por fim, falaram bastante que a Comic Con brasileira representa um pouco da transposição e sentimento do que se tem das do resto do mundo, mas com um DNA totalmente nacional, devido à grande paixão que os brasileiros possuem sob tudo que amam.
Na própria quinta-feira, não consegui acompanhar direito os painéis em nenhum dos auditórios, preferi dar uma volta maior por todo o evento e curtir bastante, mas parei no Auditório Ultra no fim do dia para ver um debate sobre o Flash e o Arqueiro Verde com os grandes Mark Waid e Ivan Reis, falando um pouco sobre os dois personagens e suas passagens roteirizando e desenhando cada um, respectivamente. Foi um ótimo painel e pode ser extremamente divertido. O ponto negativo vai para os altos preços de comida e de alguns produtos em determinados lugares da feira, mas nada que, infelizmente, o brasileiro já não está acostumado.
Na sexta-feira, fui com o objetivo de tentar pegar os autógrafos de Evangelin Lilly e depois passar o dia no Auditório Cinemark, mas, devido a bizarra demanda de pessoas que iriam para o maior lugar do evento, fui direto ao abrir para o Cinemark. Lá pude acompanhar um dia inteiro de grandes painéis, mas meu destaque negativo (antes do painel da Netflix) vai para a organização do evento. Entendo que o objetivo é passar a experiência de estar numa grande Comic Con de fora, mas eu creio que seria muito mais acertado uma distribuição de senhas para cada um dos painéis ou um esvaziamento a cada um deles, pois é a feira existe e, da maneira como está hoje, fica impossível de curti-la passando o dia inteiro em um auditório. Tirando esse detalhe, foi bem interessante, mas extremamente cansativo acompanhar tudo em um dia. Tivemos de início um painel sobre a carreira de John Rhys-Davies que foi uma imensa simpatia e muito agradável com os fãs (ele nas perguntas foi andando pelo público e levava o microfone para quem queria realizar perguntas), ou seja, um excelente início de dia. Seguiu-se com o painel da Universal, que trouxe apenas cenas inéditas de um lançamento chamado “A Bruxa”, mas nada de grandes coisas. O painel de Umbrella Academy (a HQ de Gerrard Way, o ex-vocalista do My Chemical Romance, e Gabriel Bá) chegou na sequência com uma ótima entrevista, mas uma grande vergonha alheia dos fãs tentando falar mais sobre a música de Gerrard do que seu trabalho nos quadrinhos. O painel dos novos quadrinhos da Marvel Comics chegou bem interessante (principalmente pela participação dos brasileiros que trabalham lá e estão envolvidos em grandes projetos) e com uma grande quantidade de perguntas sobre o “abandono” da editora com X-men, foi aí que veio o anúncio da próxima grande mega saga da editora: Apocalypse War. Na sequência, veio o melhor do dia: o painel da Fox. Primeiro vieram as animações, com um curta de “A era do Gelo” do esquilo e a presença de Carlos Saldanha. Em seguida veio Steve Martino, o diretor de Peanuts, que contou sobre todo o trabalho criativo do trabalho de animação e criação do longa, com um ótimo bom humor. Depois mostrou 3 cenas exclusivas que estão dentro do filme. Por fim (na parte de animações do estúdio), foram mostradas um novo trailer e cenas inéditas de Kung-Fu Panda 3 e um novo trailer de Alvin e os Esquilos 3. Com a parte live-action, foi mostrada um novo trailer com cenas inéditas de O Regresso, novo filme de Iñarritu, e de Deadpool, com um trailer que só havia sido mostrado na San Diego Comic Con, com a aparição de Stan Lee. Veio aí dois painéis de tributos: a Frank Miller e Jim Lee. Os dois extremamente fantásticos, bem carismáticos e atenciosos com os fãs brasileiros. Ambos elogiaram muito o amor dos brasileiros (é bom lembrar que Frank Miller postou em seu twitter que “nos vemos no próximo ano”). No final do dia, chegou o tão aguardado painel da Netlfix que começou com um excelente vídeo de bastidores do filme do personagem Cem olhos de Marco Polo, que vai estrear no fim do ano. Além disso, um trailer inédito da continuação do longa O Tigre e o Dragão, que está sendo produzida pelo canal de streaming, ambos já divulgados no canal de youtube do Netlfix. Por fim nos trailers, tivemos um inédito da segunda temporada de Demolidor, com uma luta sensacional entre Matt Murdock e Justiceiro. Depois disso, David Tennant e Kristen Rytter foram chamados e foi começado o painel de Jessica Jones, mas que acabou com apenas 10 minutos (algo ainda muito mal explicado). A maioria das pessoas presentes estavam ali por David Tennant e acabar da forma que foi, caiu na decepção (recomendo que haja a leitura do texto que o Doctor Who Brasil escreveu sobre a situação). Mostrou-se um material inédito de bastidores da série também, mas tudo bem agilizado. Para finalizar o dia, foram chamados Jamie Clayton, Aml Ameen e Alfonso Herrera para falar sobre Sense8. Um painel normal (durou por volta de 40 minutos) com excelentes perguntas, interações e muito amor e carinho por parte dos atores. Como é Sense8, não poderia acabar sem música e Aml puxou “One Love” de Bob Marley para falar sobre o que sentia no Brasil.

Assim, a CCXP 2015 acabou para mim nesses dois dias. Foi a primeira que fui e pretendendo, sem sombra de dúvidas, ir no próximo ano, mas muitas coisas precisam ser revistas pela organização do evento, principalmente relacionado aos painéis principais e aos preços. As filas são naturais e temos que as entender como algo normal em grandes eventos. Valeu muito a pena ter ido e sentido uma magia totalmente nova e muito forte. Assim, mesmo com alguns erros que podem melhorar (é importante lembrar que foi apenas a segunda edição) foi extremamente épico!


 Crédito das fotos: Equipe Senta Aí
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