sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Crítica The Ridiculous 6

É difícil gostar de quase tudo que Adam Sandler faz como produtor, roteirista ou diretor. Seu mero papel de atuação, sem interferência na parte criativa, já rendeu bons trabalhos, mas o problema acontece quando Sandler resolve assumir papel no protagonismo da história e aí tudo dá errado. The Ridiculous 6 é mais um desses casos.
O filme conta a estória de 6 irmão que nasceram de mães diferentes e determinado dia, após o pai desses ser capturado, se encontram e decidem ir em busca da libertação do pai e descoberta do abandono de todos eles em vários cantos.
É bom começar falando do roteiro de Adam Sandler. É extremamente ruim, com diálogos totalmente caricatos, um desenvolvimento de personagem horrível e uma continuação de demonstrações de machismo, homofobia e racismo. É impressionante como alguém consiga se divertir em um filme que era para ser de comédia, mas só tem uma cena engraçadinha (destaque para o diminutivo porque ela não tem nem tanta graça assim). Continuando com as bizarras atuações. É impressionante o quanto um roteiro horrível consegue fazer atores bons ficarem fracos. Terry Crews, Jorge Garcia e Steve Buscemi são os casos mais claros disso no longa. É extremamente bizarro ver 3 excelentes atores nos prováveis piores papéis de suas carreiras. Seguindo, com a trilha sonora extremamente fraca, que tenta remeter aos filmes de faroeste da década de 60 e 70, mas não consegue chegar nem próximo disso, além de ser extremamente inconstante. Para finalizar, a duração também é extremamente excessiva, com tempo demais para tentar enaltecer o personagem de Adam Sandler e pouco desenvolvimento de todos os outros, na qual poderiam ter determinada importância, mas só ficam como estereótipos mal realizados.
Positivamente do filme se pode tirar ainda alguma coisa, mesmo que seja bem pouco. A direção de Frank Coraci até que tem certos momentos bons, mesmo nada sendo acima da média. Alguns planos e filmagens chegam até ser um pouco mais interessantes do que tudo. A fotografia também não é a das piores, mas, relembrando, nada demais, apenas não é ruim. Por fim, o twist no final no longa envolvendo o pai dos protagonistas é também bem interessante. Não se espera em nenhum momento o que se revela, mas fica uma grande forçação de piadas horríveis em sequência, que estraga muito o que poderia ser o único momento bom de toda a trama.
O final do longa é muito ruim. Além de toda a questão da história chegar aquele ponto péssima, tenta-se criar uma narração sem um sentido de roteiro, nem objetivado de algo que aconteceu anteriormente. Extremamente jogada e malfeita, o final é uma das coisas mais bizarras que Adam Sandler já conseguiu fazer.
The Ridiculous 6 é um dos piores filmes do ano. Poucos pontos positivos se salvam, numa avalanche de defeitos (e muito grandes). Com um roteiro terrível, personagens péssimos e um desenvolvimento ridículo, a obra é o tipo de trama que Sandler gosta de realizar: com muitos estereótipos e extremamente preconceituosa. Um filme para ser esquecido e ainda é impressionante tentar entender quem do Netflix achou que era uma boa ideia fazer parceria com Adam Sandler.

Nota: 3,2/10
←  Anterior Proxima  → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário